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segunda-feira, março 31, 2003
GRANDES LANCES DO FUTEBICHA
A Punhetinha com Encoxada
3/31/2003 10:33:00 da tarde
ATENÇÃO, GAROTAS: EVITEM O NAMORO!
Um dos grandes objetivos existenciais da garotinha pós-moderna é ostentar um namorado. E isso vem de há muito tempo. Sabe-se lá por quê, ainda há essa história de que a mulher somente é “bem-sucedida socialmente” quando descola um panaca para empunhar em público.
Trago, a seguir, provas cabais de que tal ostentação tem o exclusivo intuito de fazer invejinha nas amigas – essas, por uma bizarra lógica, também querem a mesma mazela para si, porque esse é um símbolo de sucesso e fim de papo.
Vejam agora, o que todos já sabiam de cor e salteado, mas poucos tiveram coragem de falar. Entendam, finalmente, o quanto é bom a situação do “rolinho” ou do “casinho”, por mais que isso pareça ruim.
Entendam que essa circunstância está longe de ser um aproveitamento da garota feito pelo homem, mas sim exatamente o contrário. Entendam a roubada dos diabos que é se meter num namoro. Vamoquevamo:
Jantares
Antes do namoro...
O conquistador, para demonstrar que é um cara dotado dos mais puros e sólidos interesses, não economiza em suntuosos e lautos jantares. Restaurantes da moda, pratos caros, NADA DE OLHAR O PREÇO, nem dispensar couvert. Fartura total.
Namorando...
A verdade vem à tona – ou, para usar uma circunstância de altitude mais adequada, ela “vai abaixo”. Como “o jogo já tá ganho”, não tem mais essa de ficar entrando no cheque-especial para cativar garotinha. Fala-se a verdade, e ninguém reclama por comer um romântico miojão.
Viagens
Antes do namoro...
Aquela maravilha! Pousadas bacanérrimas na montanha, lareira, aquela coisa. Tudo de primeiríssima. Todo esse aparato para criar a expectativa psicológica de “lua-de-mel” (sim, somos canalhas além dos limites ponderáveis). A garotinha cai feito uma marreca.
Namorando...
A grana encurta. Quando sobra um pouco de troco, dá para passar o dia numa cidadezinha do circuito das águas, ou então ir com “a galera” para um lugar qualquer. A prova cabal de que um namoro está indo para a cucuia é quando o casal faz uma “viagem com galera”.
Sexo
Antes do namoro...
Sei de camaradas que tomam verdadeiros coquetéis (viagra incluído), só para dar a entender que são um cruzamento de ator-pornô com maratonista queniano. A garota espalha para as amigas, chega rindo no trabalho, acha que finalmente tirou a sorte grande (ok, nem sempre a sorte é grande, mas o que importa é o prazer proporcionado).
Namorando...
O ator-pornô se transforma num coadjuvante de filme iraniano; o maratonista torna-se um desavergonhado sedentário. No início a garota acha que é problema de incompatibilidade; até o dia em que ela descobre filmes pornôs e acessos a sites eróticos, o que enseja a pergunta: melhor a punheta do que eu?
Edredom e Televisão
Antes do namoro...
Nesse caso, justiça seja feita, a culpa é em parte das garotas. Enquanto vivem pisando com as patinhas desajeitadas nas jacas que encontram pelo caminho, as moçoilas – sobretudo em dias de ressaca – sonham com uma tarde fria, com edredom, pipoquinha, bolinho de chuva, cafuné e muito carinho.
Namorando...
O namorado atende aos anseios frugais e românticos de sua cachopa. O que recebe em troca? Críticas contraditórias! A mesma garota que sonhava com esses momentos de coçação mútua vespertina, agora exige sair de casa, “ver gente”, “fazer alguma coisa”, “tomar um ar”, e outras máximas que estamos cansados de ouvir.
Carinho e Atenção
Antes do namoro...
Aquele mimo. Da supostamente aristocrática, mas obviamente cara-de-pau, abertura de porta do carro, aos cafunés fortuitos e beijinhos em lugares inusitados (pode ser aquele no ombro, no pezinho, na mão, na testa...). Antes de namorar, enquanto ainda existem aqueles rituais.
Namorando...
Na hipótese de o namorado estar num dia de extremo dulçor e meiguice, é capaz que dê uns poucos beijinhos antes de partir para o “roça-roça”. No geral, é só aquela coisa protocolar. Beijinho de oi, beijinho de tchau, e os beijinhos esporádicos no melhor estilo “para-a-galera-sempre-lembrar-que-somos-namorados-e-tudo-vai-bem-obrigado”.
Estabilidade Sentimental
Antes do namoro...
A garota se acredita instável, sentimentalmente, porque não tem uma “cara-metade” com quem partilhar momentos de intimidade. Acredita-se solitária, sem um alguém, toda pobrezinha e recolhida à solidão das garotas que vivem a parte mais superficial da vida. O namoro seria um alívio para tanta carência.
Namorando...
Deixando de lado as óbvias e bem mais agudas aflições resultantes do ciúme, que decorre do comportamento cafajeste de seu namorado conjugado com a receptividade intrépida das moçoilas, ainda há as mazelas óbvias, oriundas do pouco-caso do namoradinho. Você vive naquela eterna dúvida do “ele me ama ou não?”, que é mil vezes mais forte do que o suposto “vazio” de não ter um sujeito idiota, com meias ridículas, com quem “dividir a intimidade”.
E então, moçoilas e rapagotes? Como é que fica? Mulherada, mulherada... Não entrem na FRIA de que o namoro salvará a lavoura. É o mesmo o mesmo que imputar a uma praga tal propósito.
3/31/2003 10:29:00 da tarde
A VISITANTE NÚMERO 25000
A leitora Carô foi nossa visitante de número 25.000. Conforme tratativas por e-mail, publico abaixo seu prêmio (mais abaixo, a prova da façanha). Já é a terceira leitora que é fanática pelo Ben Afleck. É isso aí!
Este é Ben Afleck, por quem altumas leitoras se derretem...
A prova da peripécia!
3/31/2003 05:10:00 da tarde
domingo, março 30, 2003
GRANDES LANCES DO FUTEBICHA
Franguinho Assado
3/30/2003 10:42:00 da tarde
ALGUNS BEIJOS ESTRANHOS
Beijar é uma questão de sintonia. Reza a lenda, e quanto a isso o mulherio é quase unânime, que o beijo é um termômetro do sexo.
É isso aí, rapaziada! Se querem dar uma de “sou-o-casca-grossa”, tem que mostrar no beijo. É claro que isso não é científico, mas a mulherada acredita. E, afinal, de contas, quem nunca fingiu que acreditava em bobagens esotéricas só para faturar uma garota?
Assim, cabe listar algumas modalidades de beijo que não são, digamos, bem aceitas pelas garotas. Evitem os beijos abaixo:
Baba Melada
Alguns camaradas confundem “beijo molhado” com “beijo babado”. Pode até ser que a linha seja tênue, mas é uma linha de proporções idênticas à que separa a noção dos Joselitos. Evitem encher a boca da garota de baba, a menos que essa seja uma tara da dita cuja.
Estátua
O beijo não envolve somente a boca. Abraços, amassos, pegadas, enfim, várias outras coisas “compõem” o beijo. Ficar parado feito uma estátua, e mexendo a língua, somente queimará seu filme. E, acredite, a garota não vai dar para você.
Nariz Frio
Pode até ser que as moçoilinhas considerem charmoso um homem com frio. Isso lhes desperta o instinto maternal, e não estamos aqui para encanar com baboseiras edipianas, então usamos esse subeterfúgio. Ok, tudo bem. Mas nada de nariz frio. As garotas reclamam, porque uma coisa é instinto maternal, outra é necrofilia.
Bafinho
Na hora do beijo, nada de sabores ou odores. Alho, cebola, cigarro, maconha, tudo isso é repudiado pelas garotas. Obviamente, o “bafo-de-onça” é pior. Cuide-se. Também não adianta encher a boca com “Halls Extra-Forte”; aí você beija a garota e ela pensa que está beijando o “homem-cânfora”. Acreditem: essa pastilha faz mais sucesso em outras aplicações...
Ranho
Se bafo é dureza, não precisamos tecer grandes comentos a respeito do excesso de ranho. Se for para ficar fungando e cafungando, dando a famosa “sugada de cérebro” na frente da garota, é melhor parar por aí. Nem saia de casa. Parar um beijo para assoar o nariz, e acreditar que depois dessa vai continuar tudo na mesma, na boa, também é uma doce ilusão.
Asmático
A expressão “foi um beijo de perder o ar” é meramente ilustrativa. Os seres-humanos são dotados da capacidade de respirar pelo nariz E pela boca. Na verdade, o órgão OFICIAL da respiração é o nariz. Como ninguém beija pelo nariz (com exceção daquela coisa idiota dos esquimós), então qualquer que seja o beijo, não impede a respiração. EXCETO se você estiver com algum problema. Nesses casos, simplesmente não beije. Porque parar um beijo para tomar fôlego pode parecer romântico nas primeiras três vezes; depois, é óbvio, vai gerar um pé-na-bunda.
The Flash/ Slow Motion
Nem tão rápido, nem tão lento. Correr com a língua pode causar até enjôo na garota. Mexê-la lentissimamente, também. Aí entra a malandragem. Você precisa ser esperto e sacar mais ou menos o estilo da garota. Aí é só sintonizar. Não adianta ficar com “birra” e não mudar seu estilo de beijo. Aprenda a ceder aqui, para ganhar ali.
Sem Língua
Por mais que eu considere ridícula, e até impossível, essa modalidade existe. Ao menos juram algumas amigas. Enfim, se você for imbecil o suficiente para beijar alguém e não utilizar a língua, sei lá, vai ver o que é isso. Procure um médico.
Mordida de Verdade
Algumas pessoas são adeptas da “mordidinha”. Um recurso de erotismo duvidoso, mas que certamente não deve ser confundido com a “mordida-de-verdade”. E há pessoas que dão verdadeiras dentadas, quase sempre sem querer. Aconteceu uma vez? Tudo bem, merdas acontecem. Mas cuidado para não repetir.
Dente-no-Dente
Quase tão jogo-duro quanto a “mordida de verdade”, só mesmo a batida de dente com dente. Normalmente, essa batida ocorre quando um dos dois – ou os dois – estão muito afoitos. Então, meus caros, é preciso relaxar.
Aparelho
O aparelho ortodôntico REALMENTE não atrapalha. Ocorre que algumas pessoas perdem um pouco a noção da coisa. Aí, claro, acabam fazendo com que o aparelho atrapalhe. Nesses casos, meus chapinhas, ele atrapalha MESMO. Portanto, o óbvio conselho: nada de peripécias com os dentes se você usar aparelho. Outro cuidado, sempre é bom lembrar, é o de eliminar resíduos de bolachas, entre outros.
Bocarra
Tão útil quanto a aula gramatical que nos ensina os superlativos (aí em epígrafe o de “boca”), foi a aula de biologia que nos ensinou a fagocitose. Quem prestou atenção, aprendeu que SOMENTE as células fazem aquilo. As pessoas NÃO FAGOCITAM as outras na hora do beijo. Desse modo, não é sinal de “tara” ou “safadeza” querer engolir o outro à força. No mínimo, dá a entender que você é um bocó.
Endoscopia
O mesmo prazer que as pessoas têm em fazer uma agradável e fofa endoscopia, têm as garotas em receber beijos nos quais a língua do figura lhes acaricia as amídalas. O “beijo endoscopia” é parecido com a fagocitose, mas difere desta porque em vez de querer engolir a pessoa, parece que o zé-mané apenas pretende chegar com a língua até o final do esôfago.
E então? Como vão de beijos?
3/30/2003 10:42:00 da tarde
sexta-feira, março 28, 2003
ENTREVISTA NOVA NO AR!
É isso mesmo, rapaziada! Está no ar o papo com Júlia, a Bruxa de Calcinha. Quem quiser saber mais sobre a moça, dê um pulo no Celebridades.
Eu não perderia essa. Aliás, lá tem uma foto muito interessante da Júlia...
3/28/2003 04:17:00 da tarde
MUSAS CINEMATOGRÁFICAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Categoria "Filme Meia-Boca, Atriz Boca-Perfeita"
Claire Forlani
3/28/2003 03:32:00 da manhã
SEXTA-FEIRA MUSICAL
Inaugurado, a partir de hoje, o novo espaço deste Blog. Agora, todas as Sextas-feiras trarão a mais fina-flor da música universal. Na verdade, são paródias (*) de canções famosas. Para a estréia, trago a vocês o grande sucesso da dupla "Emergente e Novo-Rico".
Som na caixa, Maestro!
De Miami Pra Zoropa
(cante como “O Menino da Porteira”)
Toda vez que eu viajava
Pra Miami, era tão lindo
Do avião eu acenava
Dava tchau, ficava rindo
Eu gostava lá de tudo
Era tudo bem bonito
Tinha o rato cabeçudo
E um pato esquisito
Quando eu vortava trazia
Sacolada de presente
Chiclete de melancia
E até pasta de dente
Mais depois minha vizinha
Me falou que isso é cafona
Que a zoropa é mais boazinha
Que Miami é uma zona
Pois então fui lá pra Espanha
Portugal, Itália, França
Comi crepe com lasanha
Foi uma grande lambança
Sivupléti, Arreverdêti
Asta luêgo, Mamamia
Paella com Capeletti
Ah, mas como que eu comia
Lá não tinha os importado
Que eu trazia pras criança
E agora os meus coitado
Se eu não levo uma lembrança
Tinha só umas miniatura
Torri Êifu e Big Ben
E também umas figura
De um Picaço, não sei bem
Quando eu cheguei de vorta
Foi aquela choradeira
Meus filho batero as porta
Porque só comprei besteira
Aprendi uma lição
Por tudo isso que fiz
Ser chique dá confusão
Ser cafona é ser feliz
Gostaram? Quem quiser dar alguma sugestão de música ou algo do gênero, é só mandar um e-mail!
(*) - Momento Bichice: Na verdade, isso não é exatamente uma paródia, mas sim uma "paráfrase estrutural". Chamamos de paródia porque tem o viés cômico, mas quando usamos a mesma métrica (e melodia) para empregar outros versos, trata-se de uma "paráfrase estrutural". Certo, mano?
3/28/2003 03:31:00 da manhã
quinta-feira, março 27, 2003
MUSAS CINEMATOGRÁFICAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Categoria "Filminho Triste, Atriz Idem"
Jennifer Love Hewitt
3/27/2003 09:12:00 da manhã
AS ETAPAS DA BALADA
Neste texto, refiro-me à “balada balada”, ou seja, à danceteria, ou bar fechado com música alta (acreditem, alguns ainda vêem diferença). Em alguns lugares é chamada de “boate” ou “discoteca”. Depende muito de onde mora e quantos anos tem a pessoa.
É claro que “balada” não tem somente esse significado. Aliás, a palavra significa originalmente “música”, “canção”, “musiqueta”. Mas é próprio dos paulistanos inventar monstrengos sintáticos, tais como “ontem eu fui para a balada”.
Deixando de lado a desdita etimológica, detenhamo-nos aos diversos momentos de uma balada; e obviamente aos subgrupos de cada uma dessas etapas. Vambora:
1 – Pré-Balada
Obviamente, a “pré balada” é quando a balada ainda não começou. Há vários tipos. Vejamos:
Jantinha
Pode ser um pratinho da mamãe, ou até mesmo um dogão no meio da rua. Os adeptos da “jantinha” são aqueles que gostam de chegar na balada com o estômago forradinho. Talvez um ranço de quando iam para festinhas infantis e a mamãe sugeria que fossem “jantados”, para não passar fome com a miséria desses convescotes mirins.
Carreata
As carreatas são comuns quando as pessoas vêm de longe para curtir a night. Tanto interioranos vindo a Sampa, quanto paulistanos indo ao interior, há naturalmente algumas horas separando a saída do destino. E esse tempo, quase que ele todo a pré-balada, é passado no carro. Ok! Ouve-se um sonzinho para descontrair...
Cachaça e Afins
Tem uma turma que já entra na balada com a cabeça feita. Isso porque a bebida, lá dentro, normalmente é vendida por preços abusivos. Em outros casos, é claro, as pessoas consomem fora da balada alguns produtos que não são vendidos pela casa. Não que não sejam negociados lá dentro, por outros freqüentadores.
2 – Nas Portas da Balada
Ainda não é a balada, tá quase lá, mas também já não é o esquenta.
A Fila
As filas das baladas não são moleza, minha gente. Tem camarada que passa horas na fila. E, claro, os “brasileirinhos” que furam. Porque, já que é um fudido subdesenvolvido, famélico, feio e ignorante, pelo menos fura-fila para compensar alguma coisa. Afinal, somente neste País um candidato a Prefeito ganha eleição com um projeto denominado “Fura-Fila”. É o mesmo que ganhar com um chamado “Sonega-Sonega” ou “Tunga-Tramba”.
Migué VIP
Além de furar fila, o “brasileirinho” gosta também de dar uma de “VIP”. Nada mais louvável para os habitantes da colônia. É muito engraçado quando a pessoa simplesmente ignora a fila e vai direto à portaria, exigindo entrar sem delongas. É “status”, meus caros.
Abordagem na Porta
Fila, demora, canseira. O jeito é começar o ataque já do lado de fora. E muitos conseguem faturar sem mesmo entrar na balada. O problema é que esses panacas, mesmo faturando, ACABAM ENTRANDO NA BALADA. Ou seja, pagam o sapo do mesmo jeito. Em vez de aproveitar o sinal dos céus e ficar fora da roubada... Mas não! Preferem pagar o mico mesmo assim.
3 – O Início, Lá Dentro
Ao colocar os pés no lugarzinho abafado, logo depois de ser revistado pelo segurança simpático (no caso dos meninos) ou de sentir o fumacê de mil cigarros invadindo seu cabelinho cheiroso (no caso das meninas), podem acontecer algumas coisas:
Direto Para o Bar
Típico dos meninos. Chegam na balada e vão direto para o balcão. Pedem alguma coisa e fazem pose de zé-mané. Tradicionalíssimo esse modus-entrandi-in-baladem.
Direto Para o Banheiro
Típico das meninas. Passam horas no espelho, em casa. Ficam verificando eventuais gafes no espelhinho do carro e, ao chegar na balada, correm para o banheiro. Isso porque naquela escudirão ninguém vê nem marca de tiro de fuzil. Ainda mais quando o cara tá breaco.
Um Pequeno Tour
A galerinha chega e dá um passeio. Bar-pista-corredorzinho-mezanino-pista-bar. Há um sem-número de itinerários. O lance é sempre andar em grupo, andando em fileirinhas, como que traçando picadas no matagal de gente (que metáfora grandíloqua).
A Sorte Grande
Você chega na balada e logo de cara fica com a pessoa mais linda do mundo. Que tal? Pois é. Mais fácil ganhar na MegaSena.
4 – A Hora da Verdade
Ou “a balada, propriamente dita”. Já deu aquele tempinho da chegada, parece que já chegou todo mundo. Em suma: a batalha começou.
Campeonato de Embriaguez
Típico dos meninos. Vão para a balada para encher o caneco. Quando já não chegam chumbados, esperam para balear o coco lá dentro.
Dancing Days
Típico das meninas (e meninos esquisitos). Vão para a balada para... dançar! É mole? Pois é. Ficam sacudindo o esqueleto coberto de carne, gordura e muuuito tecido conjuntivo de celulite.
Às Armas!
Quem sai na chuva é para se queimar, como diria Vicente Matheus. Então o negócio é vestir a armadura, colocar o elmo, empunhar a espada e defender as cores do seu estandarte.
5 – A Raspa do Tacho
A coisa tá quase acabando. Ainda não acabou, é verdade, mas já se pode notar que uma parcela do pessoal foi embora. O que fazer?
Pancadaria
Alguns camaradas, que não conseguem faturar uma garota, tendem a mexer com a garota alheia. Aí, meus caros, o caldo entorna. O reco-reco é típico dos meninos, mas já ouvi lendas de sopapos homéricos trocados entre garotas.
Resultados da Bebedeira
Aqueles que brincam de encher o caveirão, é claro, pagam caro pela audácia. Uns caem de sono; vexame leve. Outros falam baboseiras; vexame médio. Mas há os que levam tombos hollywoodianos ou vomitam no meio da pista de dança, o que pode ser considerado vexame máximo.
Guerra de Guerrilha
Guerra é guerra, não é mesmo? Mas a assertiva parece menos óbvia do que o princípio da identidade nela contido. Há vários tipos de guerra. A guerra diplomática, que já foi denominada “guerra fria”; a guerra estratégica, que alcança êxito com número mínimo de mortes; a “guerra de bombardeios”, que mininizam as chances do oponente; até mesmo técnicas antiquadas, como “guerra de trincheiras” ou “batalhas de baionetas”. Mas, nesse estágio da balada, rola mesmo a “Guerra de Guerrilha”. Não há regras, e tudo é permitido para alcançar algum resultado.
6 – Pós-Balada
Acabou, começou ou "continuou". Depende aí da sorte da pessoa. Vamos ver.
After Hours
Parece que isso começou em Londres. Quem souber, avisa. É aquela balada que começa às três e pouco da manhã, e vai até beeem mais tarde (ou cedo, depende da referência).
Hospital
Muita bebida ou pancadaria exacerbada fazem com que a pessoa vá para o Pronto-Socorro. Aí vai de gosto, se é preferível tomar glicose na veia, ou dar pontinho falso no supercílio.
Lanchinho
Quando não houve excessos hospitalares, de brigas ou cachaça, ou quando a beijação não passou de beijação, a galerinha pode terminar o papo numa lanchonete, para fazer a famosa “mesa-redonda – balada em debate”.
Motel
É o final dos sonhos. Depois de amargar numa grana preta, e também pagar a balada da garota, o rapagote termina financiando uma noitada na suíte “Samambaias do Piemonte” (afinal, a “Nenúfares do Alabama” estava ocupada).
Falaí, rapaziada? Então como é que é?
3/27/2003 09:11:00 da manhã
quarta-feira, março 26, 2003
MUSAS CINEMATOGRÁFICAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Categoria "Filme Bom, Atriz Boa e Boazuda"
Jenna Elfman
3/26/2003 01:03:00 da manhã
PEQUENO GLOSSÁRIO DE EUFEMISMOS VARIÁVEIS
A Língua Portuguesa é muito rica. Prova disso é que os brasileiros, mesmo sem dominá-la, e sequer tendo noção de metade do seu conteúdo, conseguem criar verdadeiras maravilhas semânticas.
Os eufemismos, além de rococós indesejáveis, podem também configurar um belo estratagema narrativo; daqueles que agarram interlocutores menos preparados à persuasão discursiva.
Somos capazes de dizer a mesmíssima coisa, mas de formas absolutamente distintas. Expressões, com a mesma significação semântica, são tanto utilizadas para ofender quanto elogiar, irritar ou apaziguar.
Vejamos alguns exemplos bem simples e corriqueiros:
Nu Artístico
Fotos supostamente de “boa qualidade”, que mostram pessoas peladas, mas sem grande conotação de putaria.
Fotos Apelativas
Também mostram pessoas peladas, mas o fato de haver uma “perna aberta” ou “olhar lascivo” colocam-na numa categoria inferior.
* * *
Crítica Construtiva
Opinião elogiosa. Quando uma “crítica construtiva” traz algum tipo de opinião negativa, esta é tão cercada de “desculpas” e “perdões”, que mais parece um elogio do que xingamento.
Crítica Casca-Grossa
Quando falamos que uma coisa efetivamente ruim é ruim.
* * *
Homossexual/Gay
O viado da família, ou nós mesmos, ou um grande amigo.
Bichana-Atacada/Bicha-Louca
Um viado desconhecido, ou de quem não gostamos.
* * *
Faleceu
Quando algum parente ou pessoa muito querida morre.
Empacotou
Também pode ser o “bateu com as dez”, “fechou o paletó”, “foi de vez”, “zarpou”, “vestiu o pijama de madeira”, entre outros. Obviamente, referimo-nos a pessoas não tão próximas ou queridas.
* * *
Documentação
Conjunto de documentos que nos pertencem, ou por nós reunido, para que possamos fazer alguma coisa que nos será útil, normalmente algo não tão desagradável.
Papelada
Monte de documentos com os quais faremos algo efetivamente desagradável.
* * *
Mensagem Importante
E-mail escrito por nós. Quanto mais extenso, mais importante.
E-mail chato
E-mail longo que recebemos dos outros.
* * *
Cartão Bacana
O Cartão que enviamos, virtual ou não, ele é sempre bacana.
Cartão Babaca
O que recebemos de alguém babaca, virtual ou não, é sempre um “cartão babaca”.
* * *
Coisa Séria
Qualquer que seja nossa tosse, espirro, soluço, arroto ou suspiro, é sempre algo sério.
Frescura
Toda moléstia alheia, abaixo da UTI, é frescura.
* * *
Quadro Oncológico
Quando o médico vem com aquela cara de “é, amigão, a coisa tá feia”, para falar de nós ou de alguém querido, trata-se de um “quadro oncológico”.
Câncer
Na hipótese de alguém não tão querido pegar a doença, chamamo-la pelo nome.
* * *
Motivo Justo
Faltamos no serviço, mas sempre com a explicação acima.
Enrolação
Aí é quando outra pessoa falta.
* * *
Senhora Assexuada
Nossa mãe.
Coroa Gostosa
A mãe dos outros.
* * *
Menininha Inocente
Nossa irmãzinha.
Ninfetinha Gata
A irmãzinha dos outros.
* * *
Argumentação
Nossa exposição de motivos.
Papagaiada
A ridícula explicação dos nossos adversários em embates verbais.
* * *
Negativa
O que a garota nos dá, quando não quer sair conosco.
Pé-na-Bunda
O que damos na garota, quando não queremos sair consigo.
* * *
Contabilidade Heterodoxa
Explicação para o trambique que fizemos.
Roubalheira
O que os outros – com destaque à nossa concorrência – fazem com as próprias contas.
* * *
Recuo Estratégico
Caso optemos por retroceder um pouco, com a eventual idéia de avançar em outra oportunidade, é óbvio que se trata de um inegável “recuo estratégico”.
Arregar
É quando os outros – com destaque aos adversários – resolvem pedir penico.
* * *
E aí, moçada? Vão “tecer comentários” ou “descer a ripa”?
3/26/2003 01:01:00 da manhã
terça-feira, março 25, 2003
LAMBONBROADWAY: UUUUOOOOOUUUUUU
O leitor Lambonbroadway, por ocasião daquele texto sobre as penalidades aplicadas à molecada serelepe, enviou por e-mail um verdadeiro "tutorial" do golpe denominado "uuuuuooooooouuuu" (não sei se acertei no número de "o" e "u"). Ei-lo, abaixo:
É assim que se aplica o famigerado golpe.
3/25/2003 05:10:00 da tarde
MUSAS CINEMATOGRÁFICAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Categoria "Filme Bom, Atriz Boba"
Mena Suvari
3/25/2003 12:43:00 da manhã
INQUIETANTE x MOTIVO DE DESESPERO
A Revista MAD, óbvia maior influência deste blog, vivia lançando textos do tipo “é chato... mas é mais chato ainda” ou “é nojento... mas é uma verdadeira porcaria”, e por aí afora.
Trata-se de situações chatinhas que, é claro, poderiam e quase sempre efetivamente eram pioradas. Cá estou, portanto, dando seqüência à idéia.
Abaixo, algumas situações que começam “inquietantes”, mas que se tornam “motivo de desespero”. Vamonessa:
Com a Namorada
É inquietante quando...
...sua namorada resolve deixá-lo para ficar com outro cara.
Mas é motivo de Desespero quando...
...o cara é um pé-rapado.
Com o Namorado
É inquietante quando...
... seu namorado resolve deixá-la para ficar com outra garota.
Mas é motivo de Desespero quando...
...a garota é uma tremenda baranga.
No Trabalho
É inquietante quando...
...o chefe chama todos os empregados para um bate-papo individual, e você é o último da lista.
Mas é motivo de Desespero quando...
...todos, ao sair da sala do chefe, olham para você com um olhar de tristeza e compadecimento.
Faixa Etária
É inquietante quando...
...começam a dizer que você está na meia idade.
Mas é motivo de Desespero quando...
...sua idade, multiplicada por 2, dá mais de 100 anos.
Sexo Seguro
É inquietante quando...
...estoura a camisinha no meio da transa.
Mas é motivo de Desespero quando...
...você está transando com a Maricota Crista-de-Galo.
ou
...você está transando com o Chiquinho Candidíase.
Conta Bancária
É inquietante quando...
...você está a R$ 3,50 de estourar o limite do cheque especial.
Mas é motivo de Desespero quando...
...ainda há três cheques para cair na sua conta.
Muitas Faltas
É inquietante quando...
...você não pode ter uma única falta, senão é reprovado.
Mas é motivo de Desespero quando...
...a pessoa com quem você sempre sonhou sair, resolve convidá-lo para um programinha em pleno horário de aula.
Justiça do Trabalho
É inquietante quando...
...um empregado entra com uma reclamação trabalhista pedindo uma fortuna.
Mas é motivo de Desespero quando...
...ele chama como testemunhas três outros ex-empregados, todos na mesma situação.
Com o Médico
É inquietante quando...
...o médico pede uma bateria de exames, e solicita que sejam remetidos diretamente a seu consultório.
Mas é motivo de Desespero quando...
...ele liga no meio da madrugada pedindo sua presença urgente no Hospital.
Filhos e Drogas
É inquietante quando...
...seu filho começa a andar com uma turminha que se denomina “Esquadrilha da Fumaça”.
Mas é motivo de Desespero quando...
...ele deixa essa moçada de lado e resolve entrar para a chamada “Galera do Ratatatá”.
Com a Mãe
É inquietante quando...
...sua mãe arruma um namorado malandrão, da sua idade.
Mas é motivo de Desespero quando...
...ao conhecer o dito cujo, você descobre que é amigo seu do colégio.
Com o Pai
É inquietante quando...
...seu pai reluta em apresentar a pessoa por quem está perdidamente apaixonado.
Mas é motivo de Desespero quando...
...ao conhecer a tal paixão, você descobre que é também um amigo seu do colégio.
E aí, galera? Algum “motivo de desespero” a acrescentar?
3/25/2003 12:39:00 da manhã
segunda-feira, março 24, 2003
CANETABIC ATUALIZADO
É isso aí, mocidade! Novos rabiscos no CanetaBic. Dêem um pulo por lá! Ah! Os comentários estão mesmo com lepra, mas desta vez é uma "lepra consentida". O Daniel, que organiza o Comentar, formou um e-group para bater papo sobre o sistema. Firmeza, né?
E quinta-feira, meus caros, a entrevista BOMBÁSTICA de Julia, a Bruxa de Calcinha. Eu não perderia por nada...
3/24/2003 11:52:00 da manhã
domingo, março 23, 2003
MUSAS CINEMATOGRÁFICAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Categoria "Filminho Bobo"
Katie Holmes
3/23/2003 10:07:00 da tarde
PENALIDADES DA MOLECADA
O Código Penal Brasileiro prevê formas distintas de punição. Reclusão, detenção, privação de direitos, multa. Esse é o mundo supostamente civilizado. Há, no entanto, um aumento cada vez mais abusivo dos índices de criminalidade e violência.
Sem querer jogar lenha na fogueira reacionária que cobra penas mais severas, sugiro aqui uma mudança quanto à forma das penalidades. Quando éramos adolescentes, nossos lapsos eram punidos de várias maneiras. Falávamos uma merda muito grande? Lá vinha a galera dar “pescotapa” ou “telefone”.
Chegou a hora de trazer ao mundo dos adultos essas penalidades. Aos que não as conhecem, explico algumas:
Peba
Penalidade mais simples. É o famoso “tapa na cabeça”. O tapa deve ser obviamente dado com a palma da mão, e na região do cocuruto. Não pode ser nem muito para a nuca, nem muito para a testa – senão muda de nome, como veremos a seguir.
Teba
Há quem chame “peba” de “teba”. É errado. A “Convenção Mundial dos Tapas na Cabeça” diferencia claramente uma da outra. A “teba” é o tapa dado na testa. É, portanto, uma “peba” na testa. Simples assim.
Pescotapa
Auto-explicativo. É o tapa no pescoço; mas é normal que às vezes atinja a nuca, principalmente porque aquele que leva não fica exatamente parado, não é mesmo? O legal do pescotapa é que, depois, o pescoço da vítima fica vermelhinho, vermelhinho.
Croque
É o “soco na cabeça”, mas dado com o nó dos dedos. É claro que não é uma “porrada”. Aqueles que têm “mão-de-moça” podem até sentir dor na hora de bater. O croque deve ser dado com moderação, porque machuca MESMO aquele que o recebe. No meu prédio, era chamado também de “crócons”.
Fosfrinho
Coloca a mão na cabeça do desgraçado, como se fosse um croque. Em vez de bater, raspa com força. Em alguns lugares é chamado de "Rasputin", "RaspaCabeça" ou algum nome igualmente idiota. Entre os malacos, é o bom e velho "Fósforo" ou "Fosfrinho".
Telefone
Você deve bater, ao mesmo tempo, suas duas mãos nas duas orelhas da vítima. O nome “telefone” vem do zunido que essa punição provoca. Quem leva um desses fica ouvindo um “tuuuuuuummmmm”; parece que o ouvido tá dando linha.
Esquenta-Orelha
Faz-se quase o mesmo do “telefone” só que, em vez de bater, coloca-se as mãos nas orelhas da vítima e passa-se a esfregá-las. Não chega exatamente a doer. Instantes depois, porém, a orelha esquenta pra diabo.
Game Over
Sabe aquele soco que se dá com a parte inferior da mão, em cima da mesa? Pois é, faz-se o mesmo no cocuruto da vítima. Ao contrário do “croque”, que causa uma dor aguda na hora da batida, o “game over”, até porque é dado com mais força, chega a dar uma pequena tontura.
Treme-Terra
Para muitos, é um “game over de viadinho”. Isso porque o princípio é o mesmo, mas em vez de bater direto na cabeça do pobre-coitado, bate-se na própria mão, que é colocada na cabeça da vítima. Assim, diminui a dor aguda do contato, e o danado só sente um tremor. O legal é dar bem forte, para causar uma dor-de-cabeça uns três dias; mas quem exagera acaba machucando a própria mão.
Caranguejinho
Trata-se de um belisquinho chato, que dói igual a picadas de formiga. O lance é que para fazer efeito, deve ser dado em turma. Então são uns 20 moleques beliscando uma só vítima. É claro que tem um Joselito que aproveita o bolo para dar “carangueijinhos” dignos de hematomas. É sério: já vi camaradinha chorar depois de levar uma dose farta disso aí.
Esborracha-Tomate
Não é só o nome que é engraçado. Esse é mesmo genial. A pessoa fica em pé, e vem outra e pula com a bunda em suas costas. Via de regra, a vítima é pega de surpresa. Mas é preciso cuidado nisso aí, porque senão dá até para machucar de verdade.
Foguetinho ou Aríete
Essa também é para pegar de surpresa. Bate-se com a cabeça na barriga da pessoa. Mas é preciso ter talento e rapidez, senão a pessoa percebe, segura sua cabeça e acaba contigo – sem contar que fica aquela cena desagradabilíssima, de você na posição de fazer um boquete.
Pastelão Quente
Oriundo, assim como o “esborracha tomate”, da brincadeira “Mãe da Mula” (ainda faço um texto sobre as brincadeirinhas supimpa da infância). O “pastelão quente” é um tapa, bem dado, nas costas da vítima. O verdadeiro pastelão deixa marca de dedos nas costas.
Ravengar
Antes da novela “Que Rei Sou Eu?”, essa punição recebia várias denominações. Com o sucesso da personagem de Antonio Abujamra, passou a ser chamada de “ravengar”. Trata-se da prosaica “puxada de cabelo da região da costeleta”. Sabe aquele cabelinho da lateral da cabeça? Pois é. Dói pra cacete quando é puxado. Quem faz isso com alguém, está “aplicando um o ravengar”.
Aconcágua
O golpe é simples, mas o nome é brilhante. Foi criação do glorioso Fumê (esse, o único leitor que conheceu foi o Ricardo Pelé). O “aconcágua” é aquele chute, de bico, no cóccix da vítima. Dói pra caralho. O nome vem do fato de que o cóccix, quando visto de ponta-cabeça, parece o Monte Aconcágua.
Francês
Meu saudoso amigo Léo, de S. José dos Campos, ensinou esse golpe. Ele jogava rúgbi, e parece que era um lance comum lá no jogo. Quando a pessoa está correndo, você pula com as mãos em seus pés e os agarra de modo a fazê-la cair de boca. Mas tem que saber dar o golpe, senão você leva chute na boca.
Corredor da Morte
Aqui já entramos nas penalidades mais severas. O “corredor da morte” era utilizado em casos realmente extremos. Já o vi, e ouvi (cacófatos convenientes), sendo chamado de outras maneiras; a mais comum é “corredor polonês”. É o seguinte: a galera forma um corredor, como na “quadrilha de festa junina”. A vítima deve passar correndo, sendo que no percurso leva porrada, chute e tudo mais. E sempre tem um Joselito que dá porradaça forte e o cara cai no chão chorando.
Malhação do Judas
Só vi uma vez isso acontecer. E foi no colégio. É um tanto pior que o corredor da morte, porque a pessoa deve apanhar da galera sem reagir. E vale soco e chute; só não pode dar muito forte. É claro que para merecer uma dessas o cara deve ter dado uma mancada muuuito grave. No colégio, se não me engano, foi um camarada que fodeu a sala inteira por conta de uma prova.
Este texto é em homenagem a Leonardo Mizumoto, amigo velho e introdutor do “francês” a toda nossa galera de Ubatuba, que faleceu no ano passado.
3/23/2003 10:05:00 da tarde
sexta-feira, março 21, 2003
3/21/2003 02:35:00 da manhã
QUE TIPO DE GORDINHA É VOCÊ?
As mulheres têm uma coisa em comum: sempre se acham gordas. Tanto faz se é a mais macérrima das garotas, ou a mais redonda. Não importa. De um jeito ou de outro, queixar-se-á do excesso de peso.
Assim sendo, partamos do pressuposto de que toda mulher é uma gordinha. Até que ela própria se convença; ou então se conforme, na hipótese de efetivamente sê-lo e não pretender mudar a silhueta.
Desse modo, vejamos alguns tipos de “gordinhas” que povoam esse mundão de meu Deus. Saca a diversidade da fauna:
Gordinha Amiga
Ela vem desde o colégio. Até já foi abordada quando falei das viagens com galera. A “gordinha amiga” é uma criatura típica, cuja existência se dá por motivos naturais. Como não está na, digamos, “faixa de risco” (ou seja, não está no grupo das “catáveis”), ela própria desenvolve uma sistemática de aproximação dos rapagotes, que consiste na mais canina das amizades. Gordinha amiga passa cola, empresta caneta, paga refri, arruma telefone de amiga, faz trabalho, consola choradeira, entre outras atribuições congêneres.
Gordinha Brother
Favor não confundi-la com a “amiga”. A “Gordinha Brother” se comporta como um amigo da galera. É tão entrosada com a rapaziada que só falta ajudar no coro quando passa alguma gostosa na calçada. Ela toma cerveja com os camaradas, vê jogo de futebol, joga truco gritando, usa roupas masculinas, mas não é sapa. Toda “gordinha brother” tem uma paixão platônica por algum moleque da roda.
Gordinha CDF
A “gordinha amiga” é estudiosa, e tem a vantagem de passar cola e quebrar vários galhos. Já a “CDF” não. Ela é caxias e mala. Não passa cola, vive cagüetando a turma, e aparentemente não faz a menor questão de fazer parte do grupo das “populares”. Ocorre que toda “gordinha CDF” é uma frustrada, uma pessoa amarga ou azeda somente porque se sente rejeitada. Tanto que, em dado momento, ela tende a amadurecer e mudar completamente. É regra: a “gordinha CDF” se transforma em outra modalidade de gordinha, normalmente na fase pré-faculdade, durante alguma festa ou viagem com a galera do cursinho.
Gordinha Esquema
Quem começou com isso foi o Caco Galhardo. E é a pura verdade: todo moleque já teve uma “gordinha esquema”. Essa figura é comum no colegial (não sei com que nome boiola chamam o segundo grau agora...). Camarada descobre que a mina tá afim, e com essa idade, sobretudo sem carro e com pouquíssima grana, é dureza arrumar uma garota para mandar bala. Aí a gordinha esquema entra na fita.
Gordinha Paty
Aparece aquele amontoado de garotinhas riquinhas, cheias do trique-trique. E quem vem junto? A porpetinha cheia de alegorias e adereços. Nada é mais engraçado do que uma “gordinha paty” suando em bicas, desfazendo a maquiagem numa balada. Aquele olhar impávido, como se o mundo inteiro a visse de uma outra forma; como se não fosse uma “gordinha paty”, mas sim uma “paty magrelinha”. Deve haver uma carga trágica muito grande na psique de uma gordinha paty.
Gordinha Sexy
Ela não tá nem aí: manda brasa num decotão, coloca sainha, e se bobear tasca um fio dental e até espartilho. Sabe aquela história de “é dos carecas que elas gostam mais”? Pois é... A musiqueta foi criada por um careca. E é óbvio que tal canção não tem poderes persuasivos. Alguém espalhou por aí que os homens gostam de gorduchas, e as ditas acham que estão com essa bola toda na hora da sedução. Tudo bem, tudo bem. O mundo comporta toda a diversidade, tal e coisa. Mas não dá para admitir quando uma dessas sai de casa no visual “barriguinha pra fora”.
Gordinha Perva
Digamos que esta é uma espécie de “sexy às últimas conseqüências”. Na verdade, a “gordinha perva” é muito inteligente. Ela já sacou todo o funcionamento do “jogo da sedução”. Sabe que, sendo safada, tem chances reais de abusar dos homens, da mesma forma que o fazem as gostosonas. O golpe-de-mestre, que boa parte das “gordinhas pervas” não sacam, é NÃO SE ENVOLVER. Caso contrário, cai na vala grande das “mulheres-iludidas-que-supostamente-tentaram-aplicar-o-golpe-do-sexo-casual”.
Gordinha Recente
Ela sempre teve um corpinho em forma. Já foi magra, dizem os mais íntimos. Agora, infelizmente, ela está com um corpitcho meio desleixado. Falta de tempo aqui, tendência a engordar dali, problema endócrino acolá, mas o fato é que o guarda-roupa já foi trocado pela terceira vez. Ela finge que é apenas uma fase, mas no fundo está em pânico. Quando olha para a mãe e vê aquela senhora gorduchinha, aí é que cai aos prantos de uma vez.
Gordinha Fitness
Ela, gordinha? Nem pensar! Corre, pula, salta, nada, joga, pratica, anda, escala, deita, rola e se finge de morta. Faz de tudo. É daquelas que vivem dizendo frases do tipo “não sou gorda... tanto que minha taxa de gordura é pequena... é tudo questão de contorno, forma corpórea”. Ela vive dizendo que come pouco, malha feito uma camela mas por motivos esotéricos não emagrece. Sei. Então por que não conta pra galera os doces e chocolates que encaçapa durante o dia?
Gordinha Conformada
Ela não gosta de ser gordinha. Por ela, se dependesse de alguma mágica, já teria emagrecido faz tempo. Como todos sabemos, não há qualquer mágica na parada. É só ter força e disposição que tudo se resolve; salvo em casos raríssimos de doenças. Não é o caso da “gordinha conformada”. Ela simplesmente desistiu de investir na vaidade.
Gordinha Sutil
Ela não parece ser gordinha. Mas, quando senta, pinta uma pança. Quando dá um “tchau”, aquela carninha de trás do braço chacoalha que é uma coisa. Suas coxas são um tanto além da conta. O bumbum, e isso é nítido na praia, forma uma buraqueira digna da avenida Salim Farah Maluf. Mãos e pés também são bem cheinhos. Ou seja, ela É gordinha.
Gordinha Demais
Elas são verdadeiros alces (como diria o sempre lembrado Denera), mas é só chamar de “gordinha” que as ursinhas polares já ficam felizes. Quando uma garota fala que tem o cabelo “um pouco enrolado”, é porque é aquele cabelo nervoso. Quando ela diz que é gordinha, pode esperar que é mamute.
Gordinha Joselita
Em toda categoria humana, há alguém sem noção. Não seria diferente com as gordinhas. A Joselita simplesmente não tem grandes compromissos com o chamado bom-senso. Quando dá para ser sexy, resolve encarnar a Marilyn Monroe em embalagem “pet”. Quando é para ser Paty, veste-se como uma fantasia de Clóvis Bornay. Talvez o título seria “Hipopótamo num Alvorecer no Niágara”.
E então, mocidade independente? Como é que fica?
3/21/2003 02:35:00 da manhã
quinta-feira, março 20, 2003
ENTREVISTA NOVA NO AR
E o blog "Celebridades" traz para vocês a mais nova entrevista, desta vez com DriSpaca. Na boa, moçada, tá muuuuito engraçada. Vão até lá, comecem a ler e tentem parar.
É importante lembrar que a Dri é uma espécie de "madrinha" daqui. Isso porque, no início, beeeeeem no início, quando tinha três ou quatro acessos por dia, ela fez a maior propaganda, divulgou, e gostou do conteúdo.
Como todo blogueiro em "início de carreira", pensei em largar aqui para ficar só com o Imprensa Marrom. Mas graças à DriSpaca, vocês hoje têm o desprazer de ler diariamente este blog.
3/20/2003 02:15:00 da manhã
3/20/2003 01:29:00 da manhã
FIGURAÇAS DO FUTEBOLZINHO
O Brasil é bom de futebol porque aqui há peladas. Da mesma forma que, nos EUA, pode-se ver a molecada brincando nas ruas de jogar baseball e basquete. Por ser um esporte coletivo, o futebol abriga, numa mesma partida, vários tipos de jogador.
Abaixo, passo uma lista com alguns. Com certeza, a galera vai lembrar de outras peças. Quem souber, já sabe, comenta lá embaixo. Vamonessa:
O Organizador
Ele é todo certinho, forma as equipes, reserva a quadra, mede os gols, faz o rateio, compra coletes. De todos, é o que mais gosta de futebol. Curioso é que quase nunca é o mais craque. Podem reparar: o organizador é sempre o que mais gosta e entende de futebol, mas nunca é o melhor do time. Nem o segundo melhor. Nem o terceiro. Enfim...
O Craque da Camisa 10
Esse camarada é muito engraçado. Conduz a bola com categoria, olhando para cima, arma jogadas, volta para marcar. É sempre muito empenhado. Pela regra, não é muito de reclamar; ao contrário, usa palavras de estímulo. Ou seja, é um puta de um panaca, mas bom de bola.
O Atacante Matador
Ele é bocó, não marca ninguém, não corre, não volta, não faz picirica nenhuma. Mas quando a bola cai no pé, o figura marca. É daqueles que jogam meia-boca, mas saem do campo com uns oito tentos assinalados. Normalmente, é indisciplinado e tem barriguinha.
O Banheira
Toda a primeira frase do “atacante matador” serve para o banheira. É um tremendo sanguessuga. Ocorre que o fiadaputa NÃO FAZ GOL. Fica pedindo bola, recebe a gorduchinha e chuta lá na rua de baixo. Normalmente é resmungão e coloca a culpa nos outros pelas falhas do time. Característica tradicional do banheira: quando algum outro jogador faz uma jogada individual e marca gol, ele não comemora. Fica puto da vida por ver os outros fazendo aquilo que ELE deveria fazer.
O Inútil
Não faz porra nenhuma. Além de não ajudar, normalmente atrapalha. Quase sempre é um gordo panaca, mas também pode ser um perneta qualquer que entrou para atrapalhar. Aliás, cabe a ressalva: neste final de semana eu vi um perneta jogar. Mas um deficiente. Um cara que NÃO TEM UMA PERNA. E ele joga bem. Acredite se quiser, ele usa uma prótese nervosa, e joga com a galera. Muito nego jogando mal, e ele jogando bem. Tem algo pior do que ser mais perneta que o perneta? Detalhe: chamavam o cara de “perninha” e “wágner montes”. É sério.
O Frangona
Jogo de futebol é aquilo, né? Muitos homens, suadeira, correria, gritaria, masculinidade, testosterona. A bichona tá em casa. Aí fudeu. Ele dá tapa na bunda, comemora dando agarrão, pula em cima. A pior coisa que tem é jogador com acesso de viadagem.
O Fresquinho
Chuteira importada, camisa de time estrangeiro, roupa caríssima, às vezes até é bom de bola. Mas é só triscar no danado que ele pede falta e fica chorando. Isso quando não cai no chão e rola de um lado para o outro, com se tivesse levado um mata leão do Rickson Graice. Esse tipo de panaca não entende que futebol não é vôlei, ou seja, que se encostar não é falta. E que, acima de tudo, é jogo de homem. Até o “frangona” sabe que é jogo de homem; aliás, é só por isso que ele joga.
O Dono da Bola
Mais ou menos parecido com o “fresquinho”, mas com alguns diferenciais. O “dono da bola” é aquele que é proprietário não somente da redonda, mas também do campinho, da chácara, da quadra, enfim, é o dono da bufunfa. Quase sempre, ele só joga porque é o dono da bagaça. Claro que há casos de “donos da bola” que sabem jogar. Mas a regra é que seja um perneta.
O Pirralhinho
Não importa qual a faixa etária dos jogadores: sempre tem um mais novo. Time de velhos? Sempre tem um de 18. Time de universitários? Sempre tem um de 15. Time de molecada de 15? Sempre tem um de 10. É normal que algum pirralho goste de bater bola com os mais velhos, e quase sempre é um pirralhinho bom de bola.
O Velhão
A mesma regra, mas invertida. Quem conheceu Carrão, sabe que ele era o “Rei da Piva” (Título depois roubado por Gabriel, aquele que desenvolveu a filosofia oriental do “Sem Dor”). Mesmo quando o jogo é entre uma galera de uns trinta e tantos, tem sempre um coroa de 50. E se é jogo dos coroas de 50, aparece aquele de “quase 70”.
O Galã
Mesmo o “fresquinho”, somente coloca roupas futebolísticas. O galã não. Ele usa regatinhas “ressalta músculos”, penteado impecável e normalmente PASSA PERFUME para jogar. Jogador com catinga é brabeira, mas com perfume é talvez pior. O galã joga para a torcida, às vezes uma torcida imaginária. Ele fica até chateado quando uma gota de suor brota em seu corpo.
O Encrenca
Qualquer que seja o ambiente, sempre tem um “encrenqueiro”. No futebol, claro, não é diferente. Até mesmo porque o jogo propicia algumas discussões. Se não rolar uma “cabeça fria”, a coisa pode ir para o saco. E aí, meus amigos, é um sapeca iá-iá. Tem um conhecido, chamado Ivan, que semeou tantos inimigos nos campinhos desse mundo afora, que tem gente falando dele até hoje – exatos DEZ ANOS depois das tretas.
O Reclamão
Quem disse que pelada não tem narrador? Nada disso! Toda pelada tem um reclamão filha da puta, que fala mais do que a boca e não joga bola. O pior é que nem sempre é alguém bom de bola. O “reclamão” fala o jogo inteiro, normalmente para reclamar. Pode ser que ele também “incentive” o time, mas é raro. Quando tudo dá certo, limita-se a bater palmas e falar frases de “chefe” do tipo “é isso aí, mas vamos continuar marcando” ou então “deu certo dessa vez, não vamos abusar”.
O Boleiro ou Gato
Essa figuraça aparece quando pinta algum “contra”. O “contra” é uma pelada mais séria; um confronto entre equipes completas, às vezes rivais. Nesses casos, é normal que um time mais fraco chame um jogador de fora para melhorar a coisa. No antigo jargão, era o Boleiro; hoje, denomina-se “gato”.
Métodos de Separação de Equipes
É provável que essa informação seja inútil para as garotas, mas talvez para uma ou outra sirva para algo. Sabiam que as peladas seguem critérios OBJETIVOS para a separação de equipes? Pois é. Normalmente é um par-ou-ímpar, quase sempre entre os dois “melhores” ou os dois “goleiros” (para não desequilibrar), e aí cada um escolhe de uma vez.
Depois de escolhidas as equipes. Como é que fazem para não confundir? Tcharã! Pela primeira vez nos blogs, um curtíssimo e infalível manual. Vejam que fofo:
Com Camisa x Sem Camisa
O time de lá tira a camisa, o de lá permanece vestido. Essa técnica é prejudicada quando algum palhaço usa camiseta regata. É uma sistemática barata, pois até quem não tem camisa pode participar. O problema é quando algum gordinho está no time “sem camisa” e fica com vergonha de mostrar o silicone.
Casados x Solteiros
De um lado os encoleirados, do outro os malandróviskis. Tal modalidade, porém, encontra certos obstáculos. Por questões óbvias, o time dos casados quase sempre perde. Jogadores mais pesados, lentos, pouco serelepes. Então dão a famosa misturada, e aí fica aquela bagunça. Nesse caso, lógico, não tem par-ou-ímpar, e um dos dois tem que tirar a camisa ou usar um colete – se for para tirar a camisa, os solteiros é que exibem o torso, porque senão vai ser o festival da pança dos casados.
Coletes e Uniformes
Quando a pelada é entre moleques de certa condição financeira, a coisa muda um tantinho de figura. Coletes, uniformes, o caralho-a-quatro. Essas peladas com bocós são um barato. Qualquer triscadinha é falta, qualquer gritaria merece repreensão. É o famoso “futeboiola”.
Corinthianos x Com Dentes
Uma forma de separar equipes é simplesmente mandar todos abrirem as bocas. Os “sósias bucais” do Tiririca vão para um lado, e os não-corinthianos para outro. Mas essa modalidade dá chabu, porque a equipe do “timão” sempre leva fumo.
E aí, rapaziada? Algo a declarar?
3/20/2003 01:28:00 da manhã
quarta-feira, março 19, 2003
3/19/2003 01:24:00 da manhã
FIGURAÇAS DE RESTAURANTES E LANCHONETES
O atendimento é um dos critérios que mais promovem um restaurante ou uma lanchonete. Por melhor que seja “aquele prato”, a audiência do lugar descamba quando pega fama de ter um atendimento ruim.
Isso é uma meia-verdade, pois boa parte dos lugares famosos e requisitados possuem um atendimento péssimo. Salvo raríssimas exceções, esses lugares contam com uma equipe que torna evidente um bom treinamento, mas não possui requisitos mínimos para agradar ao cliente.
Não falo aqui somente de “cara feia” ou outros quetais. Vamos a características mais profundas, cada qual em seu tipinho respectivo. Vejamos:
Manobrista Malaco
É sempre um péssimo sinal quando deixamos nosso carro com um sujeito todo “espertalhão”. Aquele mesmo. Magrinho, todo malandróviski, com gravatinha fininha do piu-piu, meias brancas, que já sai arrancando forte com a charanga.
Manobrista Avoado
Não é muito melhor quando o manobrista faz hora, parece bocó, está todo perdido, demora um tempão para sair com o carro. Esse tipinho é melhor percebido na saída, quando leva uma década para trazer a charola de volta. Aí começa a sucessão de cagadas; a mais comum é quando ele desliga o carro e leva a chave.
Hostess Falsa
Antigamente, chegávamos aos estabelecimentos mais finos e o maitre nos guiava à mesa. Nos botecos da vida, é só chegar e sentar. Mas nos restaurantes da moda, já de algum tempo, há a figura da “hostess”. Normalmente, é uma garota bonita, que faz perguntinhas falsas. Uma espécie de “atendente de telemarketing” travestida de anfitriã. Como mulher gostosa pode até dar chute na canela que a gente não liga, esse tipinho não chega a me irritar. Mas as garotas não gostam de Hosstes cheia de falsidade. Pior é quando ela vem à mesa perguntar se está tudo bem. Eu adoro dizer que está tudo uma porcaria, explicando cada detalhe do que está horrível no estabelecimento. Daí vem o maitre, querer saber mais. É um barato! Eles perguntam, mas se você fala fica todo mundo ofendido.
Maitre Metidão
Tem Maitre que não sabe bem as atribuições de sua função. Alguns, quero crer, devem supor que junto do cargo vem os poderes de regência do universo. Alguém a quem George W. Bush telefona antes de tomar uma atitude. Todo Maitre é um rico-que-deu-errado, muito mais do que um pobre-que-deu-certo. O pobre-que-deu-certo é aquele emergente que mora numa mansão e vive como um paxá. O Maitre trabalha como um camelo, usa uma roupinha de “pingüim-em-festa-de-debutante” e paga vários micos. Nada contra, é uma profissão como qualquer outra, cheia de percalços. Mas não me venha o bocó achar que é mais do que alguém só porque é Maitre. E que porra é essa de chamar de Maitre, né? Deveria ser “Garçom Chefe” ou “Garçom Que Não Serve”. O maitre está para o garçom como o zelador para o porteiro.
Maitre Leão-de-Chácara
Pior que o metidão, sem dúvida, é o leão-de-chácara. Sabe aquelas festas de família, que tem sempre um tio grandalhão que fica arrumando tudo? Quem já viu isso, sabe do que estou falando. Normalmente, aliás, esse tiozão é o cara que canta bola nos bingos e também fala o “para fulano nada” no Parabéns a Você. Esse tipo de gente é o mesmo que o Maitre Leão-de-Chácara. Um cara que mais parece porteiro de boate, dada sua truculência. Mas, como diria um proctologista, “no fundo ele é uma boa pessoa”.
Garçom Espertalhão
Esse é bem parecido com o manobrista malaco. Pra começo de conversa, ele SEMPRE fica com olhares de “sedução agreste” para cima do mulherio. Não é bobo, pois sabe que a mulherada tem fantasias com essa coisa de serviçal. Mas tem que ser AQUELE SERVIÇAL, e não um babaquara magrela que usa meias brancas. O lado bom desse tipo de garçom é quando o danado faz alguns “favores”, como p.ex.: incluir quitutes que não constam do prato original, aumentar porções, trazer bebidas a mais. É claro que, sem gorjeta, o carinho não se repete.
Garçom Trouxa
Ele é mais do que avoado, é trouxa. Uma múmia. O pior é que é regra. Um bom exemplo é quando peço uma Coca Light. Vamos e venhamos, é um pedido simples. Não quero uma caipirinha de vodka sueca com lima da Pérsia. É uma prosaica Coca Light, que já vem fabricada. É só o trabalho de pegar, abrir e servir. Mas ele traz num MALDITO COMO DE GELO-E-LIMÃO. O “gelo-e-limão” se alastrou feito um “gerundismo dos refrigerantes”. Algum bocó pediu primeiro, e aí virou modinha. Eu odeio limão. Limão não combina com Coca Light. Não para mim. Mas quem gosta de “Cuba Libre Extra Franga”, que não vai álcool nem açúcar, aí pode pedir esse drink. Mas as trouxices do trouxa vão além disso: ele traz prato errado, confunde-se na conta, demora nos pedidos, derruba talheres e louças...
Garçom Piadista
Muitos pensam que esse tipinho é mais comum nos restaurantes populares. Ledo engano. É só dar corda, mesmo em restaurantes finos, que ele logo se sobressai. Piadinha daqui, piadinha dali, começa a usar pronomes de tratamento como “Campeão”, “Gigante”, “Corinthiano” e por aí afora. Quando a mesa tem criança pequena, sai de baixo! É pior do que aqueles tios RIDÍCULOS que traumatizam os recém-nascidos. A sucessão de micagens e trejeitos do Garçom Piadista fazem até mesmo um urso polar perder o apetite.
Garçom Veterano
Quem nunca viu esse? Velhão, trinta e tantos anos de casa, aquele visual das antigas, cheio de tapinhas nas costas. Mas atender, que é bom... O mais engraçado é quando uma pessoa diz, cheia de falso orgulho alheio: “Esse cara é um exemplo! Trinta e tantos anos aqui na casa!”. Mesmo? Pois eu acho sofrível a pessoa trabalhar esse tempo todo e não crescer na vida. Nada contra a profissão de garçom, mas nem mesmo como empresário é legal passar trinta e tantos anos sem sair do lugar.
Garçom Moderninho
Essa peça é comum em lanchonetes como Friday’s, Outback, entre outras. Ele vem à mesa, apresenta-se, faz aquele cafuné. Mas, no geral, é um garçom como qualquer outro – mesmos defeitos e virtudes. A diferença é que os moderninhos são bilíngües; assim, podem falar em outro idioma, por exemplo, que a porção tem mesmo aquele tamanho ridículo, que o frango é assim mesmo sem gosto ou que o refrigerante não vem mesmo com muito gás.
Garçom Cartorário
Alguém já se arriscou em um cartório? Não é fácil. Hoje em dia, porém, o serviço notarial vem melhorando – com essas taxas, também. Mas os cartórios forenses continuam AQUELA MARAVILHA. Uma fila dos diabos, um atendimento horrível, e a INCRÍVEL CAPACIDADE DE SE FAZER DE INVISÍVEL que os cartorários possuem. Pois há garçons com esses mesmos dons. Você chama, acena, grita, berra, solta rojão, ameaça com granadas, faz reféns, mas ele NÃO OLHA PARA SUA MESA. Vai falar que alguém nunca passou por isso?
Garçonete Gostosa
O Friday’s tinha algumas, mas raras. O Outback já teve várias. Mas o Hooters, nisso, é insuperável. Até Sex Shop tem roupinha de garçonete, porque o tipinho é mesmo constante nas fantasias da galera. A coisa fica feia quando a garçonete atende mal. Aí é roubada. Mas, por se tratar de uma pessoa tããããão esforçada e tããããão empenhada na carreira, acabamos por perdoar. Não é mesmo?
Garçonete Barangaça
Infelizmente, a moda do “politicamente correto” atingiu alguns restaurantes. Nessa, eles contratam verdadeiros tribufus para servir a comida. Uma vez pedi uma costela de leitão, e não sabia quem era quem, quando chegou aquela criatura do inferno com meu prato. Por melhor que sejam o atendimento e a educação da garçonete, não adianta nada ela ser uma baranga. Não tem jeito. Aliás, embrulha o estômago.
Cozinheiro Famosão
É sempre gratificante saborear uma iguaria confeccionada pelas hábeis mãos de um chef de reputação internacional. Bom, nem sempre. A idéia é ótima, mas há alguns contratempos. Em primeiro lugar, vamos esclarecer: quem mete a mão na massa são os assistentes – claro que sob a batuta (ou seria “colher de pau?”) do Medalhão. Dureza mesmo é quando o prato vem ruim. Aí você reclama, e fica sabendo que esse é o “jeito certo” de fazer aquele prato. Já viram isso? Vários pratos tem um “jeito certo” que é uma BOSTA, mas é o “certo” então não adianta brigar.
Dono Poderoso
Ele vem com aquela pinta de “sou da diretoria”. Acena para um, cumprimenta outro, mas o lance é ficar zanzando com cara de “bravo simpático” (sim, isso existe). Olha nos olhos e fala bem baixo com os garçons. Cochicha com o maitre. Dá-se a impressão que o restaurante é uma grande agência de espionagem, coordenada pelo todo poderoso que saracoteia pelo recinto. É chatíssimo comer sob o olhar dessa figuraça. Dá vontade de parar a refeição e comer um dogão na esquina.
Dono-de-Bordel
É bem o contrário do “Dono Poderoso”. Ele parece uma mistura de “bicheiro de segunda” com “despachante de subúrbio”. Aquele visual anos setenta, camisa aberta, correntes à mostra, sapato lustradíssimo. E uma tremenda gritaria. É um perfeito “dono de puteiro”. Grita daqui, grita de lá. Para muitos, isso é uma prova de que o ambiente é amigável, “sem frescuras”. Mas para outros, eu incluído, é um motivo para nunca mais voltar.
Imundos em Geral
Pode ser manobrista, hostess, garçom, maitre, cozinheiro, proprietário. Não tem jeito, moçada: gente imunda em restaurante é o fim-da-picada. O pior é a coisa é comum. Outro dia tinha um garçom com uma catinga desgraçada. Parecia que o tempero da feijoada ficava sob os braços do figura. Era dureza chegar perto.
E então, galerinha? O que os repele de um restaurante?
3/19/2003 01:24:00 da manhã
terça-feira, março 18, 2003
3/18/2003 01:55:00 da manhã
HISTORIETAS DE QUANDO EU ERA MOLEQUE
Passei um bom tanto da minha vida num conjunto de prédios no Tatuapé, zona leste de Sampa. Hoje, é um bairro de emergente. Mas vim para cá no final de 1984 – ainda não estávamos com essa bola toda.
Cheguei com oito anos de idade; até os dezoito a galera ficava sempre junta, vivendo várias agruras e coisas engraçadas. Algumas delas estão aí abaixo.
Também poderia contar os fatos de Ubatuba, mas não daria espaço. Deixa para outra hora. É claro que muita coisa, mesmo do prédio, também ficou de fora. Não teria contexto. Bom, vamos lá:
Os Funcionários Malandróides
Em todo prédio tem o porteiro que dorme. Em todo prédio tem a empregada que dá para o porteiro. Em todo prédio tem o zelador que dá uma de galã. Mas não é em todo prédio que tem um porteiro que ataca pedra na molecada (para acertar na cabeça). Não é em todo prédio que esse mesmo porteiro sai na mão com a galera, com direito a tapa na cara e tudo mais.
E alguém já viu porteiro contratado para investigar a molecada que queima um fumo? E quando ele descobre que o filho do síndico está na galerinha do fumacê e abafa tudo?
Alguém sabe o que é ter porteiros como “Macaquinho”, “Sambarilove”, “Seu Edio”, “Severino Bicha”, “Amor”, “Gaspar Top Model”? Alguém sabe o que é ter um véio que limpa a piscina e avisa que se alguém pular depois que ele joga cloro vai cair o pinto? E esse mesmo véio fala “putaqueoparéu”? Pois é.
E alguém tem noção do que é ter zeladores como “Roque”, “Chicão Bahia”, “Jesuíno Pai do Porrinha”, “Zaía”, “Luis Vassoura”, entre outros?
O Coreano Mentiroso
Tinha um camarada, muito gente boa, mas que falava várias mentiras. Era o Xingu. Gente boa, mesmo. Viajamos com ele, Denera e eu, e o bicho conseguia enxergar no escuro. Não é lorota. Ele era muito bom em artes marciais.
Mas, daí, passou a falar mentiras. Vejam cada uma:
“Eu treino Kung-Fu na Amazônia, todo dia de manhã, e vou de jato F-14”
“Fiquei um ano sem dormir”
“Sou procurado por espiões”
“Fugi de uma perseguição nas pirâmides do Egito. Subi na pirâmide de Quéops e bati com a mão num disco voador”
Ele falou tudo isso. E quem dava risada apanhava na hora. Dá para imaginar o que era segurar a gargalhada? Pois é.
Outras Mentiras
Não era o Xingu, somente, que falava mentiras. No prédio havia vários mentirosos. Abaixo, algumas das coisas que tínhamos que ouvir e acreditar:
“Meu tio comprou um Mustang no Canadá e veio dirigindo. Pegou balsa no Rio Amazonas” – Alex Mongol;
“Minha lancha ia bater num rochedo e pulei na água. Afundei tanto que meu relógio, que agüenta 50 metros, estourou. Só voltei à superfície depois da explosão” – André Barriga de Aluguel;
“Estava descendo a Pamplona de bicicleta e um carro atravessou na minha frente. Não tive dúvidas: pulei pela janela, já que o vidro estava aberto, e caí no banco de trás” – André Barriga de Aluguel;
“Uma vez eu peguei um tubo lá em Santos. Eu e meu primo. Cada um numa prancha” – Gabriel Rei da Piva
Spectreman, Um Caso à Parte
Uma figuraça daquele prédio era o Marcão. Inicialmente, recebeu o afável apelido de Peidorra. Depois, aliviaram e o chamaram de Spectreman. O cara ficou meio biruta, acho que com uns tratamentos, e simplesmente despirocou. Mas tinha noção das coisas. Não muita, é verdade.
Na praia, uma vez, mandaram-no segurar uma plaquinha com os seguintes dizeres: “Borrachudos, por favor, não me mordam!”. E também o amarraram em cima de uma parati, dizendo que ele embarcaria como bagagem.
O Tatuador Maluco
Zoinho era um grande amigo meu, ele faleceu em 1996. Não me lembro bem de quando, ele inventou de ser tatuador. Nunca soube desenhar uma casinha, mas resolveu fazer tatuagem. E teve um BIRUTA que topou.
O camarada pediu um tubarão, e ganhou uma tatuagem de manjubinha. Foi a maior treta, meus amigos! O bicho pegou! Já pensaram? O sujeito tava putão da vida, por desfilar com um lambari tatuado.
Os Jurados de Morte
Quando algum moleque arrumava encrenca, a “sentença de morte” era a seguinte: não desce mais. E neguinho ficava alguns meses só olhando da janela. Quando arriscava descer, o ameaçador saía na janela e gritava “tô descendo pra te pegar”, e aí o jurado voltava para o apartamento.
Na verdade, passava uma semana e tava tudo certo.
Mas em duas ocasiões os camaradas ficaram mais de um ano sem descer. O primeiro foi o Rato, que prometeu skate para todo o prédio. Tinha até uma listinha, com uns 50 nomes. Quando ele falou que era mentira, já tinha enrolado todo mundo por uns três meses.
Outro que se deu mal foi o Barriga de Aluguel. Ele, que sempre foi chegado numa mentirinha, marcou um “contra” e convocou o prédio inteiro para jogar. Seria um evento e tanto. Um super churrasco, tal e coisa. Todo mundo comprou uniforme, meião, isso tudo. E nada do Barriga aparecer.
Sabem o que ele aprontou? Chamou outras pessoas para jogar, e deixou o prédio inteiro na mão. Ficou mais de um ano sem descer. Uma vez avisaram que ele tava na casa de um camarada, no primeiro andar, e ele pulou a janela para fugir.
O Maldito Tamboréu
Um esporte foi inserido naquele prédio: Tamboréu. O jogo é idêntico ao tênis, mas sem raquete. Jogam com tambores. Normal? Que nada! Aquilo faz um barulho do cacete! Tamboréu vem de “tambor”, e as semelhanças vão além do nome. Tem mais: o joguinho começava às SETE DA MANHÃ, sábado e domingo. Legal, né?
Aulinhas de Dança
As meninas do prédio, bem antigamente, faziam aula de Jazz. Aliás, não sei porque chamava “jazz”. Nunca vi tocar nada de jazz. Tocava música de balada, essas baboseiras, e elas faziam coreografias babacas. Depois, teve uma AULA DE LAMBADA, e quem fazia era zoado pelo prédio inteiro.
Vandalismos em Geral
É normal a molecada quebrar uma coisa ou outra, não é mesmo? Então vamos às duas mais célebres: Caê joga um gato do 15º andar. Denera e Roger soltam uma bomba de fabricação caseira na rua, faz uma fumaça que parece a Imigrantes. Detalhe: o Tigrão deixou cair o cigarro e quase queimou o carpete, só com o barulho da bomba.
Volantes Audazes
Há vários exemplos a ser usados. O Maurão ficava engatando “primeira-e-ré” na garagem do prédio. Sem contar que descia para esquentar o carro e ficava acelerando forte no ponto-morto. Mas a mais célebre, mesmo, foi quando o Wilson, vizinho do Shamu, resolveu ignorar que os portões da garagem estavam fechados e bateu com tudo, simplesmente ARREGAÇANDO a entrada. Não foi um totó. Foi porradaça com toda a força.
Para constar: "Volantes Audazes" era o nome de um desenho animado de antigamente. Fazia, obviamente, o gênero Speed Racer, mas era sobre toda uma escuderia de corridas heterodoxas. Alguém se lembra?
O Curioso Futebol
Inventamos uma modalidade futebolística que deveria ser patenteada. Qualquer coisa, quem jogar isso daqui por diante, saiba que estará jogando “MediBol”. É o seguinte: quadra de salão, mas bola de campo. Sem goleiros. Só vale gol dentro da área. Quatro pra cada lado. Joguem e me digam o que acharam da bagaça.
Apelidos Diversos
Vários eram os apelidos. Cruéis, engraçados, sem noção. Vou fazer uma lista com todos. Eu, obviamente, tinha um. Mas não vou dizer qual era. Vejamos os mais famosos:
Fumbola, Toscano, Peidorra, Barriga de Aluguel, Binóculos, Estetoscópio, Estratoneta, Turco, Peidorra, Spectreman, Detrito, Jegue, Carne-Moída, Genimba Safári, Saroba, Cachorro, Éia, Foto, Carrão, Xingu, Lobisomem, Robô, Gordeira, Bode, Dumbão, Catatau, Nabé, Shamu, Cara Fina, Sem Queixo, Hugo Rila, Pezão, Morto, Pigüerra, Seminova, Bolacheiro, Bugalu, Dodi, Rochinha etc etc etc...
Glossário de Gírias
Como toda turma, também tínhamos nosso dialeto. Isso, hoje na linguagem dos blogs, denomina-se “piada interna”. Vejam algumas poucas das nossas:
Wilber (beeeeem antes de Sobrinhos do Athaíde): Cara babaca;
Fissi: Vem de Office-Boy. Todo cara que tinha um bigodinho ralinho, era chamado de “fissi”.
Maletar: Entregar o jogo, fazer uma cagada bem tosca no futebol. Vem de “mala preta”;
Fantomas: Vem de “Fantoche” (não me perguntem como virou Fantomas). Fantoche era aquele camarada manipulado por alguma garota, e vice-versa.
Tá Indócil: Quando a garota tava dando bola;
Invasora: Uma costeleta gigante;
Texto escrito em parceria com o glorioso Denera.
3/18/2003 01:55:00 da manhã
segunda-feira, março 17, 2003
HALOSCAN MORRE DE LEPRA
Tagamandápio: O sistema de comentários "Haloscan" faleceu nesta tarde, em Tagamandápio, cidade mexicana que ficou famosa em um seriado de TV por conta de seu carteiro preguiçoso, que "preferia evitar a fadiga".
Haloscan, que já vinha perdendo partes do corpo por onde passava, finalmente foi para o brejo. Em seu lugar, está o sistema "Comentar", que parece ser bem mais eficiente e regular.
A todos que deixaram comentários até aqui, saibam que os mesmos estão guardados (sei lá atá quando), nos pouco ortodoxos servidores do Haloscan.
3/17/2003 06:52:00 da tarde
3/17/2003 12:14:00 da manhã
CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS PROSTITUTAS
Quando fala-se em “Puteiro”, é normal que as garotas pensem uma coisa, e os homens tenham certeza de outra coisa. Outra coisa beeeem diferente daquela “um” pensada pelas garotas.
Não sou misógino a esse ponto; aposto na boa exegese feminina. Ocorre que as garotas, e quanto a isso todas vão concordar, simplesmente NUNCA foram para um puteiro (salvo raríssimas exceções).
É por essas e outras que as meninas se referem às putas como se fossem todas iguais. Falam sempre assim “a garota de programa” ou “a menina do puteiro”, de forma a entender que todas são um único grupo de um mesmo comportamento.
Nada disso.
Segue abaixo uma simples classificação, com tipinhos mais notórios. Vejamos:
A Safada
É meio engraçado dizer que “a puta é safada”. Mas, acreditem, nem toda puta é safada. Pois é. Esse grupo é formado pela puta que é safada. Confusos? A “Puta Safada” é aquela que deixa bem claro que o negócio a excita. Nelson Rodrigues disse que toda prostituta é vocacional. Normal que generalizasse, pois ele era broxa – não tinha como seu entendimento das putas transcender a teoria. Nem toda puta é vocacional, apenas a “Puta Safada”.
A Pudica
Pior do que a “Puta Safada”, só mesmo a “Puta Acanhada”. Acreditem, isso existe. Talvez faça parte da “caracterização da personagem”, pode até ser, mas há várias putinhas que são acanhadas, pudicas, quietas. Você fala uma putaria e ela fica até vermelhinha. Aí alguém diz: “ah, ela tá fazendo tipo”. Pois é, mas muitas garotas caem nessa vida de uma maneira nem tanto voluntária, e são não são raras aquelas que mal conseguem disfarçar o constrangimento. À primeira vista, pode parecer estranho, mas a “Puta Pudica” é verossímil até demais.
A Perfetinha
Ela é linda. Bonita, mesmo. Além disso, tem um bom papo. Para piorar (ou melhorar), ela tem plena noção do seu trabalho, não faz rodeios na hora de falar sobre o assunto, é esclarecida e mostra sinais claros de arrependimento. Enfim, é o prato cheio para que o coroa idiota resolva cair na lábia e patrociná-la. Daí pra frente, é tudo história velha. Engraçado é quando essa garota está batendo papo com uma turma de jovens, e o “vovô tigrão” chega na zona. Ela avisa: “chegou um velho chato, vou fazer média com ele, já volto...”.
A Tranca
Um dos grandes Mistérios da Putanhice Universal é a ocorrência de “Putas Trancas”. Elas são feias, horríveis, normalmente com uma conversa chatíssima, e ainda assim estão lá para faturar. Aí vem um banana e fala: “se tão aqui é porque sobem com alguém”. Mentira. Nunca sobem. Nas raras vezes em que alguém reboca esses canhões, é porque o sujeito está bêbado – ou então está fazendo simpatia para tirar zica.
A Apressada
Logo na abordagem, ela já pergunta se o camarada quer fazer um programinha. Por um lado, isso se justifica pelo fato de que a moçada vai para a zona, faz aquela farra, e normalmente não faz programa algum; por outro lado, ela acaba afugentando a clientela, pois por mais que o cara vá para o puteiro convicto que vai comer uma puta, um pouco de sacanagenzinha é sempre bem vinda. Essa “objetividade” é um balde de água fria em qualquer um, por mais que esteja em atraso com suas parcelas trepísticas.
A Pobrezinha
Nem bem começa o papo, e a dita cuja começa a contar da filha que tá doente, da mãe que morreu, do namorado que foi preso, enfim, sempre há uma desgraceira dos diabos. Depois de quase uma hora chorando as pitangas, as jacas, os tamarindos e as frutas do conde, ela resolve retomar o papo-putaria. E é ÓBVIO que ninguém tem cabeça (nem de cima, nem de baixo) para falar em putaria depois de uma história dessas.
A Garota de Família
A expressão “garota de família” é um equivalente “feminino-teen” à figura reacionária do “pai de família”. Ela é aquela garota que não está no puteiro por problemas financeiros, nem mesmo por uma família desestabilizada. Não se prostitui por vício em drogas (pode até ser viciada, mas quase sempre começou a cheirar depois que caiu nesse mundo). Por triste que pareça, elas trabalham nesse ramo por conta das benesses financeiras. Como são “garotas de família”, é normal que sejam de cidades distantes do “local de trabalho”. Mais normal ainda é que a família toda saiba de cor e salteado o que a garotinha faz, mas a quantidade de presentes e contas pagas pela pimpolha servem de “tapa-olhos” aos pais conservaores.
A Iniciante
Se o babaca chegar para uma puta, seja ela quem for, e perguntar desde quando ela está nesse segmento de trabalho autônomo, a resposta varia de “uma semana” a “dois meses”. Mas há aquelas, óbvio, que estão MESMO começando. Pra começo de conversa, elas não são as mais acanhadas. A regra é inversa: como estão no começo, são bem mais atiradinhas. Quando o sujeito se torna “figura carimbada” num puteiro, acaba fazendo amizade com os gerentes, garçons etc. Nesses casos, toda a “tripulação” avisa quando chega alguma garota nova – e é uma forma menos falha, embora ainda não segura, de se ter certeza que a garota é iniciante. Mas o mais idiota, mesmo, é a insistência em querer as iniciantes.
A Veterana
Ela já tem seus trinta e lá vai fumaça. Não fica nem bem falar que começou “na semana passada”. Nesses casos, a mulher apela para a experiência e joga com a idade avançada em seu favor. Em tese, a coisa parece interessante: mulher experiente, bonita, sabe tudo, velha-de-guerra... Até chegar uma garota de dezenove anos e acabar com toda essa teoria. Esse papo de “adoro coroas” não resiste ao desfile de uma garota linda, no auge da forma (ou seja, dezenove anos).
A Super Junkie
Muita gente fala que o mundo da prostituição é repleto de drogas. Isso é realmente verdade, mas as drogas não estão restritas a esse mundo – ou alguém acha que os cartéis de cocaína somente abastecem as putas, os rebeldes-de-colégio e um ou outro carinha esquisito? Claro que não! Há drogas em qualquer meio. E, em qualquer meio, há aquela pessoa que vive em função delas. Esse é o caso da “Super Junkie”. Ela aparece com o olho esbugalhado, o corpo arregaçado, aquela boca detonada. Em menos de um minuto, já deixa claro que ela quer mesmo é alguma coisa para ficar chapada.
A Melosa
Ela é inacreditável, mas mais comum do que se imagina. É um misto da pobrezinha com a pudica. Esse tipo se caracteriza pelo GRUDE. Ela fica, não sai mais de perto, e não tem pé-de-cabra que desenrosque. O pior é que fica usando expressões do tipo “meu amor” e “vamos fazer um amorzinho gostoso”. Em primeiro lugar, ninguém vai para um puteiro para “fazer amorzinho gostoso”. Além disso, ainda que fosse, após ouvir dessa forma, com esse GRUDE DESGRAÇADO, acabaria broxando e voltando para casa. A “Puta Melosa”, com sua falsidade ridícula, broxa e provoca repulsa em qualquer um.
A Mulher de Negócios
Ela é inteligentíssima. A danada só se “revela”, quando vê em seu interlocutor, CONJUGADAS, as seguintes características: inteligência profissional e sinais de que não vai fazer um programa. Aí, como não vai rolar sexo, ela aproveita para falar de negócios. E são negócios mesmo: tira dúvidas sobre empresas, fala sobre ações trabalhistas, conversa sobre tributos. É surpreendente a gama de “assuntos profissionais” que a “puta mulher-de-negócios” levanta num papinho sem compromisso. É claro que, quando a dita cuja percebe que vai rolar um forró, nem menciona esses temas – pois, como é mulher de negócios, não é besta de broxar o cliente com perguntas empresariais.
A Ciumenta
É bom esclarecer desde já: esse “ciúme” não tem nada de sentimental; simplesmente, a puta quer o cliente para si, pelo simples fato de que foi a primeira a bater papo com o camarada. Isso acaba criando alguns contratempos, porque o sujeito troca uma idéia, e logo dispensa a puta. A “puta ciumenta” não entende como uma “dispensa”, mas sim como um “até breve”. E aí começa o salseiro.
A Famosinha
Todo puteiro, pode ser o mais chique da cidade ou então o mais remoto de uma vilinha na casa do chapéu, sempre tem a “Puta Famosa”. Essa fama, claro, é restrita ao estabelecimento; e é claro que a fama não foi conquistada de bobeira: sempre é a mais (ou uma das mais) gostosas do recinto. Infelizmente, a maioria das famosas é fresca. A famosa nem sempre é fresca. Às vezes é super gente boa, e conversa com todos. Mas infelizmente, pela regra geral, ela é fresca pra cacete.
A Patricinha
Os puteiros “bonzinhos” têm as patricinhas. São aquelas putas que não distribuem risadas, não chegam em ninguém e ficam de cara amarradinha. Maior pose. As garotas vão rir (com razão), mas tem uma cena que é super comum: os caras XAVECAM a puta! Isso mesmo! Ficam jogando conversa, como se ela estivesse ali para ser criteriosa. Só falta sair do puteiro dizendo “Viu só? Consegui catar a fulana”. É de doer.
Extra-Puteiro
Há três grandes grupos dentre as putas que não atuam nos puteiros. Vejamos cada caso:
Agências:
Sempre se diz que alguma garota famosa, dessas da televisão, faz programa por uma fortuna. Na maior parte das vezes, é lorota da braba. De todo modo, elas atuariam por meio de agências. E as agências existem. As garotas mais caras são as de agência. Parece piada, mas nem sempre elas saem para transar; muitas vezes o cara precisa de alguma mulher bonita para acompanhá-lo num jantar, então contrata uma beldade trilíngüe (sério) por módicos R$ 1.000,00 a hora.
Internet:
Algumas agências (obviamente as menores) possuem páginas em websites especializados em garotas de programa. A regra, porém, são as garotas que anunciam por conta própria. Às vezes, ela até trabalha para uma agência, mas sem regime de exclusividade. O que acontece? Contratações uma ou duas vezes por semana. O que fazer no resto do tempo? Trabalhar por R$ 200,00 a hora.
Calçadas:
Esse é o patamar de baixo. O curioso é que existe hierarquia nas calçadas. Rua Augusta, por exemplo, reúne as melhores; em alguns outros bairros mais afastados, o nível do mulherio cai bastante. Outra curiosidade: numa mesma calçada, às vezes no mesmo quarteirão, pode-se encontrar garotas de preços muito diferentes.
E então, rapaziada? Errei muito? E vocês, mulheres, sabiam dessas coisas?
3/17/2003 12:11:00 da manhã
LEPRA NOS COMENTÁRIOS
O Haloscan está acometido da boa e velha LEPRA. Alguns comentários foram sumariamente deletados. Saibam, prezados leitores, que eu jamais apagaria comentário algum. Em primeiro lugar, porque nem são tantos comentários assim. Além disso, sempre é bom saber que tem gente pior que eu.
3/17/2003 12:09:00 da manhã
sexta-feira, março 14, 2003
A VISITANTE NÚMERO 22.222
São cinco patinhos na lagoa, moçada! Legal, né? E, para minha sorte, foi minha amiga LadyOx que conseguiu a façanha!
Acima, a prova.
Aqui, o sorriso da moça, que é titular do famoso blog Mulherzinha.
3/14/2003 06:09:00 da tarde
MUSAS TELEVISIVAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Fernandinha Paes Leme
3/14/2003 03:01:00 da manhã
QUE TIPO DE “CAFA” É VOCÊ?
Dizem que todos são inocentes, até prova em contrário. Talvez. A premissa se inverte quando se trata dos homens. Todos são cafajestes, até prova em contrário. E é melhor não caprichar muito na “prova em contrário”, senão fica claro que é um estratagema defensivo de um perigoso “cafa”.
Não sei por que a maioria dos homens tem medo de assumir-se cafajestes. É melhor, mais honesto, menos doloroso e, principalmente, um passo adiante na relação de confiança com as mulheres.
Ora, amigos, todas elas sabem que somos cafas. Não adianta mais fingir. Já sabem há milênios. Não é desta, daquela ou daquela outra geração. A coisa vem de longe.
O que existe é um teatro. Um pacto de aparências. Nas faculdades mequetrefes, faz-se um “pacto de mediocridade”: a instituição finge que ensina, o aluno finge que aprende, ele paga e ela o habilita profissionalmente. Simples assim.
Na relação homem/mulher ocorre o mesmo. O homem finge que quer algo sério e duradouro, e elas fingem que querem sexo infindável. E o resto do filme vocês conhecem tão bem quanto eu.
Mas deixa de prosa, e vamos adiante no “Breve Catálogo de Tipos Cafajestes”. Vejamos:
O Clássico
Este é aquele que chega como “homem sério”, que pretende estabelecer uma relação duradoura. Leva pra jantar, joga uma conversinha, faz todo o teatrinho, até conseguir transar. Logo depois da gozada, a garota já repara uma metamorfose impressionante. Cafa Clássico que é Cafa Clássico não liga no dia seguinte; mas procura a garota depois de uma semana, ou quinze dias, para o famoso “repeteco”.
O Amiguinho
É importante não confundir este tipo com o “arroz”. O bom e velho “arroz” não é cafajeste. Ele é, sim, um puta safado com o namorado da mina. Mas com a mina, querendo ou não, ele quer coisa séria. O “Cafa Amigo” parece muito com o arroz, mas os papos são diferentes. Enquanto aquele nunca dá em cima diretamente, este é o REI DAS INDIRETINHAS. Um xavequinho ali, uma conversinha ali. Deixa claríssimo que quer mandar brasa. Isso estabelece uma relação de confiança, e a garota em geral se deixa levar porque, embora tenha ímpetos aventureiros, não quer se arriscar com algum desconhecido.
O Sex-Machine
A garota tem plena convicção de que uma trepada com esse tipinho vai mudar sua vida sexual para sempre. Esse cara, apenas com as palavras, já a fez molhar as calças. Ocorre que não passa disso. Trata-se de um fantástico publicitário de si mesmo, mas um péssimo executor de projetos. Ele é como um crítico: não sabe fazer, mas tem toda a base teórica de como deve ser feito. Mas não custa arriscar, não é mesmo? De repente, vai que ele entende mesmo do riscado e seja uma exceção à regra...
O Superior Hierárquico
Professor de cursinho, gerente, dono da empresa, há vários tipos. Fato é que esses camaradas se valem de algumas virtudes do posto elevado para fisgar sua presa. E normalmente é moleza, pois várias garotas têm fascínio por esse tipo de homem. Quem nunca viu professor-de-cursinho, ridículo e zé ruela, cheio de mulheres mandando bilhetinhos? Ocorre que esse tipo de cafajeste precisa ter uma malandragem redobrada. Porque se der chabu, vão dizer que ele apelou, que abusou da posição superior, tal e coisa. Não devemos confundir um “cafa”, que é algo nobre, com um “assediador”. O “cafa”, todos sabem, não assedia; apenas cisca. O “assediador” faz parte de uma categoria que não merece figurar entre os “cafas”.
O Subalterno
Quase que o inverso do anterior. O “subalterno” é aquele que faz com que a presa se sinta caçadora. A “chefe” é que dá em cima do cara. Em geral, pela história, a relação se dá com figuras do tipo “leiteiro”, “técnico de TV”, “carteiro” e afins. Mas isso é meio coisa do passado. Hoje, com mulheres ganhando postos altos em empresas, as “vítimas” são criaturas do próprio escritório. Mas é claro que a suposta vítima usa e abusa do joguinho de sedução. É bom ficar bem ligeiro, porque nesse tipo de relação, o subalterno tende a ir para o saco depois que a relação acaba. É um caso em que, classicamente, a mulher faz o papel de “cafa”.
O Galã
A natureza o fez bonitão. Durante sua vida toda, mulheres correram atrás. Nunca soube o que é passar aperto. Como a “procura” sempre foi violenta, não precisamos dizer sobre o nível das “ofertas”. Esse tipo de sujeito, por conta das circunstâncias, torna-se um cafajeste. Simplesmente perdeu o valor pelas coisas, tal um magnata que sempre teve muito dinheiro. As mulheres sempre se jogam a seus pés, e ele não vê qualquer tipo de problema em pisar sobre elas. Nos filmes, esse camarada se apaixona por alguma mulher que dá uma de difícil. Pura babaquice. Ele simplesmente ignora a “difícil”, para cair nos braços das outras 500 gostosonas que abrem as pernas facilmente.
O Habilidoso
O “cafa hablidoso” é aquele que tenta ganhar a garota em decorrência de alguma coisa que saiba fazer muito bem. Tocar violão, cantar, desenhar, escrever, consertar computadores, trocar pneus, adestrar cachorros; tudo depende da atração da garota pela atividade praticada. Mulheres que amam a música tendem a se atrair naturalmente por bons músicos; cabe ao cafa usar essa atração para se promover e mandar brasa.
O Esquisitão
Ele é quieto, tem hábitos estranhos, sobre ele há vários boatos, nem é tão bonito assim. A curiosidade não somente matou o gato, mas também atrai as mulheres. E muito. Quando conhecem o sujeito e suas esquisitices, normalmente se afastam com medo, nojo, raiva, pudor ou algum outro tipo de sentimento horrível. Mas de cada 30, há sempre uma que arrisca ficar. São aquelas que gostam de aventuras diferenciadas; ou, mais normalmente, as carentes, que não têm tanta opção assim. O mais legal do “esquisitão” é que ele não precisa fazer grandes firulas; pode continuar com suas bobeiras e babaquices, pois foi exatamente isso que o fez faturar a gata.
O Falso Gay
Não são somente os seriados americanos e a nostalgia dos anos oitenta que atraem a “garota modernosa”. O “falso boiola” também. Ele é delicado, cruza as perninhas “daquele jeito”, fala sobre artes, sabe cozinhar etc etc etc. Tudo leva a crer que é viado, mas na verdade ele não é. Essa “dúvida” atrai a garota modernex. Muitas garotas acabam saindo com o verdadeiro gay, achando que se trata do “falso”. Errar faz parte do jogo, meninas! Continuem tentando. Afinal, nos filminhos e seriados essa relação acaba dando certo, não é mesmo?
O Carente
Esse é perigosíssimo. Por conta de algum motivo, está realmente carente. Regra geral, foi briga com a namorada. Aí, nessa sensação de desamparo, aciona a agenda telefônica e começa a disparar, tal metralhadora automática, uma série de declarações. Sempre tem um peixe que morde a isca. A garota sai, achando que finalmente conseguiu laçar o pimpolho. Mas tão-logo rola a “bisguizada”, a moçoila é posta de lado, pois a carência “passou”. Tradicional.
O Poderoso
Sua tática é um pouco parecida com a do “superior”, mas a diferença é que este joga no ataque. Sua malandragem é uma grande enganação: usa da grana, do poder e do prestígio para ganhar o mulherio. De industriais a ex-participantes de reality show, a lista é imensa. A mulherada nem sempre cai de otária; aliás, quase nunca. Sabem muito bem o quanto podem ganhar com essa relação.
O Pobrezinho
Sua estratégia talvez possa ser confundida com a do carente, mas na verdade é diferente demais. O carente não desperta a piedade da garota, mas sim a oportunidade de um relacionamento. O pobrezinho, não. A mulher morre de dó, e acaba se envolvendo com aquela criatura tão sofredora. Várias são as mazelas que servem de desculpa para a “choradeira do bote”: morte na família, demissão sem justa causa, doença grave (desde não contagiosa), e toda sorte (sorte?) de eventos catastróficos. Talvez seja meio edipiano esse tipo de sedução que se vale do abuso do instinto maternal da mulherada.
O Tigrão
Ele já tem seus tantos anos, mas gosta de garotas com bem menos que isso. Todos nós, hoje, temos planos de um dia ser “Tigrão”. Mas é claro que, até lá, muitos terão família, mulher, filhos, netos, e só serão “tigrões esporádicos”. O bacana é que várias mulheres se atraem pelo “cara mais velho”. Mas não adianta nada ser “Tigrão”, sem ter bala-na-agulha. Neste caso, meus amigos, a bala não significa potência sexual, mas sim uma belíssima situação financeira. Tudo bem que a mulherada gosta de um velhão, mas se for durango aí não tem jeito.
O Tigrinho
Esse aí é bem o inverso: um rapaz que curte coroas, e faz valer suas prerrogativas de “menino atlético”. Hoje em dia, principalmente após a explosão da Internet, o que não falta são “coroas-querendo-uma-transa-com-garotões”. E os tais “garotões” não fazem por menos. Esses são os “tigrinhos”.
O Blogueiro
Ele é um fiasco, e simplesmente se finge de cafajeste. Não é nada disso. É realmente um camarada carente, incapaz de pegar uma mulher. Quando pega, é uma blogueira, ou seja, outra pessoa igualmente sofredora e aflita. Falar em “cafa blogueiro” é o mesmo que dizer “malandro otário”. Mas que diabos ele faz nesta lista? Apenas para lembrar o leitorado feminino que, quando o camarada é blogueiro, pode ir sem medo que não é cafajeste. O único problema é que normalmente é um cara feio pra danar; aí não adianta nada ser um cara bacana.
E então, rapêize? O que dizer acerca disso?
3/14/2003 02:59:00 da manhã
quinta-feira, março 13, 2003
UM NOVO BLOG COM ENTREVISTAS
É isso aí, novo blog na praça: Gravataí Merengue Entrevista. Na edição de estréia, temos Adaílton Persegonha, que pilota o famigerado Leite de Pato.
A idéia é publicar entrevistas semanais. Vamos ver se dá certo.
3/13/2003 03:57:00 da tarde
MUSAS TELEVISIVAS DE GRAVATAÍ MERENGUE
Marina Person
3/13/2003 02:33:00 da manhã
ASSOCIAÇÃO DOS GERUNDISTAS ANÔNIMOS
No início era o verbo. E o verbo disse: “Vamos Estar Podendo Fazer a Luz”. Já pensaram? Pois é só a coisa piorar mais um pouco que reescreverão o Gênesis na língua do gerundismo.
E-mails, correntes, gifs, campanhas, piadas em mictórios e toda sorte de campanhas, na grande mídia ou subversivas, nada disso fez parar a onda avassaladora do gerúndio.
Certo dia, prestei atenção em um salão no centro da cidade. Um prédio antigo. Lá, acreditem, uma turma se reúne para largar esse vício maligno. Apanhei um panfleto e repasso aqui para vocês.
Trata-se da “Associação dos Gerundistas Anônimos”. Vejam só:
O Que É Gerundismo?
Convencionou-se chamar “gerundismo” a aplicação de sucessivos verbos para representar uma ação em andamento – ou, até mesmo, uma ação futura. Vejamos, no quadro abaixo, uma simples exemplificação:
Forma Gerundista:
“Vou Estar Entrando em Contato”
Forma Normal:
“Entrarei em Contato”
Como vimos, não se trata de uma muleta para facilitar; não é um macete lingüístico, mas sim uma traquitana supostamente barroca, que transformas frases simples em monstrengos sintáticos.
Principais Sintomas
Todo mundo pode se pegar cometendo um ou dois gerundismos. Acontece. É o chamado “gerundismo social”. Até, vá lá, deixamos para de lado casos esporádicos de “porre de gerúndio”, quando alguém resolve usar vários em uma mesma situação.
Mas o uso repetido, constante, e principalmente DESAPERCEBIDO, faz com que isso avance por sobre a tênue linha do vício. É aí que a coisa pega, e é nesse ponto que começam os piores problemas.
Conseqüências
O sujeito começa provocando transtornos no trabalho. Os colegas do lado, quando não gerundistas, passam a se cutucar a cada aplicação dessa bobagem. Não demora muito para o chefe perceber.
E, é claro, há também chefes gerundistas; até mesmo presidentes de grandes empresas. Mas, para que arriscar? Caso seu chefe não seja adepto dessa patacoada, é provável que você, só por isso, encabece a famigerada e temível lista negra.
Mas a coisa degringola. Além do serviço, o sujeito leva o gerundismo para casa, provocando drásticas conturbações familiares. A mulher é a primeira a sofrer com o marido gerundista. Logo vem a separação, divórcio, brigas, aquela choradeira no quarto dos meninos.
Tudo isso pode ser evitado, basta querer.
O Que é a AGA
Nosso grupo é formado por ex-gerundistas que conseguiram elaborar um sistema de cura e tratamento, baseado na terapia coletiva. Somos uma entidade sem fins lucrativos, com reuniões gratuitas e voltadas ao atendimento de toda a população.
Objetivos da AGA
Nossa meta é levar a cura do vício do gerundismo, trazendo com isso uma melhoria social para toda a população. Temos consciência de que este é um mal que se alastra feito chagas num leproso.
Reuniões
Nossas reuniões são normalmente semanais. Há casos, porém, que precisam de um acompanhamento mais acurado. Vejamos um exemplo:
Gerundistas Iniciantes – uma reunião semanal
Gerundistas Plenos – duas reuniões por semana
Gerundistas Velhos-de-Guerra – três reuniões por semana
Atendentes de Telemarketing – reuniões diárias
10 Mandamentos da AGA:
1 – Deve-se evitar o PRIMEIRO GERUNDISMO DO DIA. Assim, o gerundista precisa ter consciência de que somente EVITANDO ele terá controle;
2 – Deve-se atentar para o gerundismo alheio. Com o tempo, o ex-gerundista vai se dando conta de quão ridícula é a prática e isso ajuda sobremaneira;
3 – Deve-se acreditar numa força superior. Pode ser Deus, mas também pode ser a Gramática Normativa. O primeiro manda raio e ordena que se bata no filho com um cutelo; a segunda, menos cruel, apenas proíbe esse rococó;
4 – Deve-se ter humildade para entender que a situação depende de ajuda, e que o grupo apenas busca o bem; não se trata de pessoas chatas que “não deixam os outros falarem como bem entendem”;
5 – Deve-se evitar ambientes propícios para a prática do gerundismo; noutras palavras, simplesmente desligar o telefone quando for telemarketing, evitar conversas longas com vendedores de quiosques de shopping center, e evitar as pessoas que já são sabidamente gerundistas;
6 – Deve-se ter humildade para pedir desculpas às pessoas que se feriram em decorrência do seu gerundismo;
7 – Deve-se ter perseverança para, na remota hipótese de uma recaída, entender que houve uma RECAÍDA, e não uma demonstração de “auto-suficiência lingüística”;
8 – Deve-se ter atenção para não substituir o gerundismo por outros vícios ainda piores;
9 – Deve-se ter paciência para evitar chacotas e chistes traumatizantes quando, curado, o ex-gerundista se deparar com um outro viciado; é importante sempre ouvir gerundismos para notar que são ridículos, mas também é preciso dar amparo aos que sofrem desse mal;
10 – Deve-se, PRINCIPALMENTE, propagar os ideais do ANTIGERUNDISMO, para que o mundo se torne um lugar melhor e menos horripilante, para criarmos nossas crianças;
Depoimentos:
Abaixo, alguns depoimentos de pessoas que freqüentam nosso grupo. Os nomes foram trocados, porque embora sejamos anônimos, isso não significa que é preciso chamá-los de “fulano” ou “sicrana”.
“Eu vim para a AGA, e finalmente pude me curar desse mal desgraçado do gerundismo. Ainda solto alguns 'menas' e 'a nível de', mas tenho noção de que é preciso curar uma coisa de cada vez. Um dia eu chego lá” – Palmiro/SP
“Depois que conheci o pessoal da AGA, passei a entender que sou uma pessoa doente, e não alguém que fala bonito. Já faz três meses que não falo nada daquele jeito. O pessoal do telemarketing estranhou. E, se depender de mim, vou poder estar freqüentando o gru...” – Gorete/MG (depoimento interrompido por motivo de recaída)
É isso aí, moçadinha! Quem for gerundista, na boa, já sabe em que porta bater. Caso saiba de alguém que precise dessa terapia, indique a AGA!
3/13/2003 02:30:00 da manhã
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