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segunda-feira, dezembro 30, 2002
FELIZ ANO NOVO!
É isso aí, moçada! Para todos vocês que tiveram uma Paciência de Jó para me agüentar, ficam os mais sinceros votos de "Feliz Ano Novo". Pode parecer besteira, mas é realmente sincero. Mas também não precisa chorar, nem arrancar a preciosa cabeleira: a partir de quinta-feira estamos de volta.
12/30/2002 12:56:00 da manhã
domingo, dezembro 29, 2002
12/29/2002 11:26:00 da tarde
MENSAGENS DE “FELIZ ANO NOVO”
Este diário, como vocês sabem, é lido e comentado pelas mais altas e influentes rodas do Universo. Por conseqüência, essas pessoas mandaram as já famosas “mensagens de fim-de-ano”, puxando nosso saquinho.
Assim, publicaremos algumas das mensagens recebidas, para ver se esse pessoal sossega e pára de nos bajular:
Caetano Veloso
“Quando nem se falava em ano novo, já estávamos comemorando isso lá em Santo Amaro da Purificação. Vocês estão por fora!”
Humberto Gessinger
“O ano novo é pop.”
Zeca Pagodinho
“Já tá na hora de estourar o champagne?”
FHC
“Os indicadores estão aí: não importa se a realidade não reflete exatamente os indicadores. Problema da realidade. Aliás, a culpa é de quem vive distorcendo essa maldita realidade, que teima em desmentir os infalíveis indicadores!”
Lula
“Buáááááááá!!!”
Serra
“Espero que no ano novo as coisas sejam um pouco melhores...”
Heloísa Helena
“Eu me recuso a lhe receber no meu gabinete para desejar feliz ano novo!”
Eduardo Suplicy
“E, por falar em ano-novo, já falei contigo sobre a renda mínima?”
Maluf
“Não tenho nada a ver com esse negócio de ano novo. Isso é uma acusação política desses calendários tucanos, essas folhinhas petistas, que querem macular minha carreira...”
Alckmin
“Para vocês, um ano novo com status de ministério!”
Regina Duarte
“Não tenham medo do ano novo!”
Silvio Santos
“Não vi o ano novo, mas minhas filhas viram, e disseram que é muito bom. Então, não mudem de canal, porque assim que acabar dezembro começa imediatamente o ano novo, e tenho certeza que vocês vão gostar.”
Diogo Mainardi
“O ano novo é uma bobagem cafona.”
Carlinhos Brown
“O ano que renova as novidades anuais do ano que é novo por ser novidade do ano. Tuc-tá-tá-tá-tum-tá-tá-tuc”
Marisa Monte
“Uuuuuuhuuuuuuuu Feeeeeeeeeeeeliiiiiiiiiiiiz Aaaaaaaaaanooooooooo Noooooovooooooo Oooohhhhoooooo...”
Arnaldo Antunes
“Feliz Ano Nuvem”
12/29/2002 11:25:00 da tarde
LEITORES PATROCINADORES
Com a adesão de praticamente todos os grandes conglomerados empresariais do planeta, chegou a hora de puxar a brasa para minha sardinha. Isso mesmo! Afinal, tenho noção dos poder comercial dessa exposição. Confiram o mais novo produto da linha "Gravataí"...
Isso é que é doce! Saboroso, delicioso, exclusivo para o paladar feminino! Não percam esse quitute maravilhoso!
12/29/2002 11:19:00 da tarde
sexta-feira, dezembro 27, 2002
12/27/2002 02:34:00 da manhã
FIGURAÇAS DA “MESA DE BAR”
As “mesas de bar” são um ambiente mítico, no qual discute-se questões filosóficas da maior importância para o andamento do universo. Nessa verdadeira “ágora contemporânea”, nossos metafísicos dispõem seus postulados para o deleite dos destemidos interlocutores.
Na verdade, são um punhado de pinguços sem-vergonha, que ficam se achando os bons, mas não passam de medíocres que falam da vida alheia. Assim, vamos classificar logo essa fauna:
A Gostosona da Mesa
Ela é gata; inegavelmente gata. Mas infelizmente se comporta como uma adolescente, sobretudo quando recebe alguns torpedos de bebuns metidos a conquistadores. Não é comum, mas em algumas ocasiões a gostosona resolve encher o caneco ao ponto de virar os olhinhos. É a hora da onça beber água, porque a galera (sem interpretações literais, por favor) cairá de pau. No geral, porém, ela passa a noite tomando água e, quando muito, arrisca uma saladinha.
O Aniversariante
Nem sempre ele é o aniversariante, mas há todo um “comportamento” que qualifica esse ser. É aquele que conhece tudo mundo, troca de cadeira o tempo todo, comporta-se como “o melhor amigo” de cada um dos presentes. Despede-se de todos com um terno abraço, e não raro acaba segurando a conta; afinal, está sempre na leva derradeira que abandona a mesa. Todo “aniversariante” está fadado a pagar pelo whisky alheio, mesmo tendo bebido apenas inocentes (e baratas) cervejinhas.
A Celebridade
Pode ser uma atriz global, ou então a “garota mais popular da Vila Císper”, a celebridade é aquela que atrai a atenção de todos os presentes do boteco. É importante diferenciá-la da “gostosona”, porque obviamente nem sempre ela é uma delícia (mas normalmente acumula os cargos). Existe, claro, a versão masculina da celebridade, que varia de “jogador pentacampeão” a “o Rei da Bocha de Itaquaquecetuba”.
O Teórico do Universo
Ele sabe sobre todos os assuntos; para tudo, tem uma teoria, e não raro é revolucionária. Parece gozação, mas sempre discorda da opinião vigente para trazer sua “brilhante” opinião. Quando ele vai mijar, é normal que o resto da mesa bole alguma estratégia para matá-lo de forma violenta. O grande problema é que poucos resolvem desafiá-lo, pois seus chiliques normalmente expõem o adversário ao ridículo (além, claro, de expô-lo a um ridículo sempre vergitinosamente maior).
O Bobo-Alegre
Essa peça tem uma piadinha infame para exatamente TODA MANIFESTAÇÃO que ocorra na mesa. Aparece o vendedor de incenso? Piadinha infame! O garçom oferece cerveja? Chiste jocoso! O “filósofo do universo” expõe mais uma nova teoria sobre o surgimento da vida na Terra? Trocadilhos nele! E por aí vai. Normalmente, o bobo-alegre ilustra suas performances com mímicas, micagens, e toda sorte de gracejos igualmente vexatórios, que transformam o comediante numa piada muito mais hilária do que o objeto de sua comédia.
A Estátua-de-Cera
Ela entra muda, sai calada, bebe pouco e só vai ao banheiro se for para acompanhar. Em quase todas as vezes, trata-se de uma garota feia. Seu silêncio é tão inabalável que chega a causar constrangimento na mesa. O “bobo-alegre” sempre usa máximas do tipo “ah, você tá falando demais...” ou “ah, pára de falar um pouco...”. Mas nunca ninguém diz algo como “não sabia que o Madame Tussaud fazia estatuas de gente ridícula”.
O Zé-Mané
Todos vão embora e ele fica com a conta. Tomou três cocas e vai pagar por vinhos, whiskys, paellas e camarões à provençal. O mais engraçado é que ele SEMPRE fica até o final, passando SEMPRE pelo mesmo constrangimento. É por essas e outras que o zé-mané recebe essa qualificação. Afinal, todos já tivemos um “momento zé-mané”, mas depois aprendemos e damos o troco vestindo a carapuça do tipinho seguinte...
O Oportunista
Essa figuraça bebe, come, fuma, peida, arrota, passa a mão na bunda da mulher dos outros e deixa apenas CINCO REAIS (ou um tíquete de quatro e cinqüenta). Sai dando risada, e ninguém percebe que ali houve um golpe da pesada. Na hora de fazer a conta, a galera rateia as despesas desse sanguessuga. O pior é quando ele próprio confessa que deu o golpe, achando-se um verdadeiro “enxadrista do escape financeiro”, quando na verdade é apenas um “caloteiro cara-de-pau”.
Vamos lá, moçada. Confessando! Quem são vocês numa mesa de boteco?
12/27/2002 02:33:00 da manhã
LEITORES PATROCINADORES
Quem diria que um dos grandes impérios da salumerie internacional também buscaria nossa vitrine para expor um de seus mais famigerados produtos? Pois é: cá está Marcela, mandando bala no "carro-chefe" de sua linha de embutidos sangüíneos:
Fundada desde a promulgação da Carta de Maracangalha, a Fábrica de Morcelas Borella faz parte da tradição italiana em embutidos, defumados, crus, malpassados e "queimadinhos na beirada". Quando estas morcelas já faziam grandioso sucesso, outros produtos passaram a circular com maior facilidade, como o "presunto de parma", a "copa de milão" e o "ovo colorido de guaianazes".
12/27/2002 02:32:00 da manhã
quinta-feira, dezembro 26, 2002
12/26/2002 12:27:00 da manhã
IDIOTICES E LUGARES-COMUNS DA MÚSICA BRASILEIRA
Os brasileiros, e talvez todos do mundo sejam assim, tendem a tratar com um ar “sacrossanto” tudo aquilo que é objeto de paixão popular. Os bons jogadores de futebol são imediatamente alçados à condição de deuses. Ayrton Senna é tratado como uma figura sagrada.
Na Argentina, onde supõe-se haja mais esclarecimento, um basbaque que criou uma igreja voltada para Diego Maradona. Tendo em vista o vácuo doutrinário oferecido por algumas seitas daqui e d’alhures, capaz que a moda pegue.
Voltando à frieza da fêmea bovina, isso também ocorre com a nossa música. A popular, é lógico! Os brasileiros não sabem quem foi Carlos Gomes, e a molecada pensa que Villa-Lobos é o guitarrista da Legião Urbana.
Nossos músicos populares são tratados como figuras divinas, essa é a verdade. O “fenômeno pop”, que no mundo é tratado como algo circunscrito aos hormônios adolescentes, no Brasil ganha um respaldo academicista de dar dó.
Por aqui, doutores formam-se em nossas esculhambadas universidades defendendo dissertações e teses a respeito de fofocas da música popular. Torram dinheiro público para afirmar bobagens inúteis a fim de afagar o ego de algum músico já estrondosamente bajulado.
Soma-se ao ar sagrado que se dá aos músicos, o péssimo hábito tapuia de aderir aos “consensos”. Frases-feitas ganham respeito simplesmente porque são repetidas pela professora, pelo verdureiro e pelo animador de auditório.
Consagrando Goebbels, essa gente trata como verdade-verdadeira aquilo que é repetido, simplesmente porque é repetido à exaustão (e, afinal, se todo mundo fala, é porque alguma coisa tem). Com esse pensamento babaca, o Brasil é um país repleto de adágios e provérbios.
Essa série de fenômenos (atribuição de ar sagrado, respaldo pseudo-acadêmico aos músicos e predisposição social ao adágio) explica as origens das “verdades” a seguir analisadas. Assim, tratemos de desmenti-las:
“Mitos de Caetano Veloso”
Caetano Emanuel Vianna Telles Veloso é, provavelmente, o mais mítico dos músicos brasileiros em atividade. Sem exageros, é uma espécie de “Jânio Quadros da Música”. Há histórias, sobre Caetano, que ele próprio se recusa esclarecer. Quando o faz, o pessoal torce o nariz – porque não gostamos de explicações simples; por louco que pareça, só acreditamos no absurdo.
Caetano e a Política:
O músico nunca foi de esquerda. Ao contrário, já condenou expressamente a esquerda brasileira, ao ponto de praticamente brigar contra a patrulha ideológica socialista, que via no artista a representação do imperialismo yankee (afinal, sua banda tocava com guitarras, então seria o baiano um óbvio soldado do tio sam...).
Caetano e o Exílio:
Sempre que os esquerdistas agiam de maneira absurda, os militares esclareciam que os obtusos eram eles. Caetano, com Gil, xingou a molecada socialista. Era um discurso, obviamente, muito forte e repleto de frases-de-efeito (afinal, era quem era o xingador). Ocorre que Randall Juliano (cujo caráter é comparável ao de um grão de milho preso num tolete de bosta), passou informação errada para os milicos, e esses mandaram prender os dois compositores. A prisão se tornou um dilema: se soltassem, assumiriam a cagada; e cada dia a mais, era um dia a mais de absurdo. Por fim, resolveram mandá-los para o exterior, mas quebraram o galho e deixaram que fizessem duas apresentações para levantar uma grana. Sensíveis, não?
Caetano e a Qualidade:
Um dos pensamentos mais pedestres a respeito de Caetano Veloso é aquele que delimita sua “qualidade” à circunscrição do que se denomina “tropicália”. Problema número 1: quando começa e quando acaba a tropicália? Problema número 2: o que é “boa qualidade”? Além desses dois probleminhas relativamente insolúveis, os limites se desmentem. Explico: falam que a parte boa acaba em “Araçá Azul”, mas é só ouvir o disco “Jóia” para reparar que se trata de uma revisão (muito mais acertada) do que se propôs no “Araçá”. E assim, sucessivamente. Pode-se achar tudo uma bosta, mas “delimitar” as fezes em linhas imaginárias, convenhamos, é passar atestado de “idiota dando uma de sabichão”.
Caetano e o Universo:
Uma das queixas que se faz ao Caetano Veloso é o fato dele comentar sobre todos os assuntos do cosmos. Uma vaca balança o rabo para a direita numa pastagem da Estônia, e aparece uma declaração (naturalmente polêmica) do Caetano sobre esse movimento do rabo. Mas teria o músico convocado uma coletiva para dar palpite, ou o jornal foi atrás dele para colher sua opinião. Pois é: a imprensa vai atrás do Caetano, puxa papo, recolhe suas já famosas opiniões polêmicas e depois algum colunistinha mequetrefe, do mesmo jornal, fala que o Caetano não presta porque é metido a falar de tudo.
“A Repulsa Coletiva Pelos Engenheiros do Hawaii”
Nenhuma banda é mais odiada pelo senso-comum do que os “Engenheiros do Hawaii”. Gostar dessa banda é, mutatis mutandis, como torcer para o Botafogo: chega a ser visto como excentricidade. Mas pouca gente (pouquíssima mesmo) conhece o trabalho da banda. Falam das “aliterações”, de figuras de linguagens supostamente eruditas que servem para transformar Humberto Gessinger no maior mala da história da MPB. Talvez, talvez. Mas dizer que “Até ‘O Papa é Pop’ era bom...”, aí a coisa fica complicada. Porque ‘Filmes de Guerra, Canções de Amor’ foi gravado depois desse disco, e é indiscutivelmente melhor. Aliás, essas “bandinhas de acústico” têm muito que aprender com aquele trabalho, gravado na Sala Cecília Meirelles, com uma puta orquestra do caceta, arranjo de Wagner Tiso e o caralho. Ok, ok, ok. O mesmo Wagner Tiso meteu um saxofone no acústico da Gal Costa...
“A Voz Chico Buarque”
Essa é clássica, mas não por isso menos estúpida. As pessoas dizem que Chico Buarque não sabe cantar. E acabou. Tá tudo certo. Fácil, né? Realmente, perto do nível de composição de Chico Buarque, só se fosse um misto de Maria Callas e Caruso para que a voz se equiparasse. Ocorre que o Chico canta bem pra caralho. Sempre que alguém fala mal de Chico Buarque, trato de apanhar algum CD do dito cujo, de preferência “ao vivo”, para que o crítico possa acompanhá-lo. Até agora, nenhum passou no “Teste de ‘Quem te viu, quem te vê’”, do show com a Maria Bethânia. O cantor é dos bons, sim. Seu timbre quase sempre anasalado, a ausência de falsetes como os de Gil ou os vibrattos de Caetano, realmente, podem desqualificá-lo para um público mais rastaqüera. Mas seu registro vocal é formidável, e isso é auferível por instrumentos, independe de juízo de valor.
“Gilberto Gil, o Letrista”
Da mesma forma que exigem de Chico Buarque um talento vocal comparável ao seu talento como compositor, espera-se de Gil que reescreva “Os Lusíadas”, visto que buscam no dito cujo, como letrista, algo comparável com o que faz como instrumentista e arranjador. As letras de Gilberto Gil não têm as citações “eruditinhas” de Caetano Veloso, e muito menos as constantes figuras de linguagem que as colocam com freqüência em aulinhas de Língua Portuguesa. Mas essas coisinhas só servem para os mais babacas. Basta ler as letras de “Tradição”, “Super-Homem”, “Oriente”, entre outras, para perceber que Gilberto Gil é um dos mais profundos letristas deste País.
“Carlinhos Brown, o Compositor”
Se alguém ameaça roubar o título de Humberto Gessinger como o mais odiado da música brasileira, esse alguém é Carlinhos Brown. O povo, injusto, apedreja o danado simplesmente porque não compactua com suas palavrinhas complicadas e contraditórias. Realmente, as colocações de Carlinhos são vexatórias: ficam como um arremedo de Caetano/Gil, mas uma profundidade de Gil Gomes. Como compositor, porém, Carlinhos é da pesada. E não venham negando. É bom sim. Muita gente mete o pau sem nem saber as músicas que o danado já compôs. Vejam uma pequena listinha com as que eu lembro de cabeça: “Magamalabares”, “Maria de Verdade”, “Segue o Seco”, “Meia Lua Inteira”, “Uma Brasileira”, “Na Estrada”, etc etc etc...
“Titãs, e o ‘Cabeça Dinossauro’”
A prova cabal de que uma pessoa efetivamente não conhece os Titãs é quando afirma ser “Cabeça Dinossauro” seu melhor trabalho. O conceito de “melhor” é por demais relativo, mas ao mesmo tempo impõe uma dose avassaladora de certeza e exatidão que não se aplica ao trabalho em questão. “Cabeça Dinossauro” é um disco oportunista. Os Titãs desencanaram do “new wave”, já estavam num caminho difícil na própria gravadora, e resolveram aderir ao som mais pesado que já se fazia havia algum tempo (não de bobeira, a música “Bichos Escrotos” era de seu repertório de shows desde o início). “Cabeça Dinossauro”, sem dúvida, reúne excelentes composições, e todas elas nos remetem a uma idéia boa; mas por pura questão de nostalgia, e isso não é desculpa para dizer que o trabalho é “o melhor”. Ok, em se tratando de “Titãs”, chamar de “melhor” não é um puta elogio. É apenas dizer que o trabalho se destacou entre outros igualmente medíocres. Mesmo assim, “Tudo ao Mesmo Tempo Agora” é bem menos medíocre que “Cabeça Dinossauro”. E não embarca em onda alguma.
“Análise Fria de Alguns ‘Movimentos’”
Nossa estática música popular muitas vezes se organiza em “movimentos”. Na verdade, são pequenas panelinhas que ganham destaque na imprensa, algumas vezes sob uma roupagem teórica risível. Vejamos:
Bossa Nova
Uma imitação tacanha do jazz, feita por riquinhos do Rio de Janeiro; som intragável, inaceitável, intolerável, que só serve para que os gringos tenham uma idéia mais palatável de “música brasileira”. Essa música do Brasil, que imita a dos gringos, fazendo sucesso lá fora (faz tanto 'sucesso' lá fora, quando Cole Porter faz sucesso aqui no Brasil), é como se nos atraíssemos somente pelo samba que se toca na Inglaterra, nunca pelos Beatles. Para completar, Tom Jobim sofre, até hoje, processos de plágio que atrapalham ainda mais a boa-fama do movimento.
Tropicália
A melhor definição vem de Lobão: “a tropicália vai ser sempre o nosso sgt. Peppers pós-baiano”. E é isso mesmo. Caetano e Gil aproveitaram o embalo daquela baboseira que eram os festivais, da falta de criatividade estética que assolava a MPB, da elitização e politização (que serviam para excluir fãs em potencial), somaram à iniciativa o talento dos Mutantes, e pronto! Criaram um “Movimento”. O mais engraçado é que até hoje dão ao tal movimento um ar de respeito digno de movimentações como a dos renascentistas.
Movimento “Da Lata”
Pode parecer piada, mas houve quem tratasse aquela bobagem do “Funk’n Lata” e as músicas de Fernanda Abreu e Herbert Vianna como um “movimento”. É claro que isso não mereceria nota; mas como aqui é um local de escárnio...
Mangue-Beat
Sem dúvida que Chico Science foi um dos grandes criadores da música brasileira; igualmente não há dúvidas para qualificar o trabalho de Fred 04 como dos mais potentes em conjugar engajamento político e qualidade artística. Mas paremos por aí. Chamar de “movimento” é um grande exagero. Lembro que o “sincretismo musical” fora recebido de forma confusa pela imprensa. No mesmo balaio, caíram CSNZ, Mundo Livre e também Raimundos (que fazia, lembram disso?, o “forrocore”). A moçada viu ali uma espécie de movimento. Bobagem, o “movimento” não durou mais que o sucesso do “Acústico Moraes Moreira”. Hoje, por sinal, o Otto (que tocava pandeiro no Mundo Livre) é uma das estrelas da Trama - mais conhecida como "a gravadora dos filhos".
“A Música Brasileira é a Melhor do Mundo”
Essa frase tem uma profundidade semelhante àquela famosa “Fui para Miami, Conheço os Estados Unidos”. As pessoas comparam a nossa música contemporânea com a música folclórica dos outros países (outros países, claro, só os da Europa). É muito babaca achar que a música de um país é “melhor” que a do outro. O que podemos avaliar, entre tantas coisas, é o seguinte: percussionistas brasileiros, no geral, ainda levam surras homéricas de cubanos e indianos. Colocar os pés nas costas de Hermeto Paschoal e Naná Vasconcelos, além do chato do Egberto Gismonti, é bem fácil. É o mesmo que separar a Daniela Cicarelli e dizer, a partir dela, que a mulher brasileira é a mais bonita do mundo - quanto ao que, surpreendentemente, as beldades de Belford Roxo e do Cangaíba concordam e aplaudem...
E então? Já fiz mais algum inimigo? Tomara que sim. Mil vezes uma briga com um fã de bossa nova do que algum trekker punheteiro enchendo meu saquinho...rs
12/26/2002 12:26:00 da manhã
LEITORES PATROCINADORES
Aos poucos, os conglomerados se rendem ao potencial publicitário desta página. Vejam o caso das "Organizações Leite de Pato". Seu Presidente, Mentor, Capitão-do-Time e Chefe de Cozinha, Adaílton Persegonha, possui as seguintes empresas (é só checar em sua página): "As Organizações Leite de Pato, a TV Leite de Pato, a Leite de Pato FM, a Duck's Milk Foods Inc., a Leite de Pato Participações (PatoPar), a Farinha de Peixe Leite de Pato, Leite de Pato Relax for Men, o Leite de Pato's Travel Resort (hoje presente em Quixeramobim, Ouricuri, Ulan Bator e Quixadá), a Leite de Pato Records e a Leite de Pato Artigos para Umbanda...". A mais nova empresa tem seu anúncio publicado abaixo:
Você gostaria de mandar o carro "para o corte", para garfar a bolada do seguro? Morre de medo da galera descobrir e não pagar indenização alguma? Nunca confiou naquele camarada salafra que te ofereceu a jogada? Seus problemas acabaram! A "Adaílton PerCegonhas" rebocará seu carro na maior cara-de-pau, mandará para o picote, trará até suas mãos pedacinhos da placa, e tudo será resolvido. Eu sei, a ladainha é a mesma daquele malandro, mas ele tem um caminhão desse?
12/26/2002 12:22:00 da manhã
segunda-feira, dezembro 23, 2002
UM FELIZ NATAL A TODOS OS LEITORES
Este Diário entrará em "férias" até o dia 26 (quinta-feira). Assim, fiquem vocês com nossos sinceros votos, representados pela não menos sincera Sylvia Saint. Abraço, moçada!
12/23/2002 07:15:00 da tarde
Começa hoje a republicação dos "associados" mais polêmicos do ano...
12/23/2002 02:15:00 da manhã
QUAL TIPO DE “BÊBADO CHATO” É VOCÊ?
Quem nunca teve um amigo que faz o tipo “bêbado chato”? Muitos, não? Aliás, poucas vezes consegui ver o “bêbado legal”. Todos são chatos.
Então, nada melhor do que diferenciar alguns tipos. Obviamente, essas características não são exlcludentes. O bebum pode ficar cada dia de um jeito ou então, também é comum, ficar com características de vários tipos. Vamos lá:
O Sonequinha
Ele bebe e fica com soninho. Em tese, é um tipo bem “inocente”, pois não provoca brigas, não causa tumultos, não faz strip-tease. O problema é que o soneca pega a charanga e o resto da história vocês já sabem. Tipo perigossíssimo.
O Valentão
Assim que fica “legal”, esse camarada se investe de coragem, como se o álcool possuísse propriedades mágicas. Esse tipinho, quando bebe, acaba passando por cima da própria insignificância, considerando-se um verdadeiro super-herói. Não raro, leva verdadeiros cacetes. Ás vezes aprende.
O Cantor
Esse camaradinha só canta em duas oportunidades: no chuveiro ou quando enche o caneco. Em ocasiões mais drásticas, é daqueles que sobem no palco e pedem para fazer uma “palhinha”, causando constrangimento entre os músicos. Não raro, tasca brasa em “Amigo de Fé”, do Rei, ou então na manjadíssma “Travessia”. Enquanto ele solta a voz, pé-na-estrada! Não fique para passar o vexame.
O Bicha-Louca
Dizem que a melhor forma de se descobrir uma franga é dando-lhe um susto. Pode ser. Mas a bebedeira também acaba sendo um indicador e tanto. Tem uns camaradas que, quando zuretas, mandam toda sorte de bichices. Depois ficam rindo, falando que era brincadeira. Sei, sei.
O Super Sexy
Ele é feio. Ele é ridículo. Ele beira o inaceitável; aliás, quase nenhuma garota o aceita, mesmo. De todo modo, basta tomar uns golinhos para que o dito cujo “ameace” tirar a camisa. Acaba tirando. Depois ele “ameaça tirar a calça”. E em casos críticos, resolve sair correndo pelado, gritando que é o fodão. Tétrico.
O Sentimental
Quando a bebida começa a fazer efeito, essa peça se transforma. Aos poucos, vai se tornando praticamente uma pétala de rosa. Qualquer assunto provoca sua comoção. Quando ninguém fala de nada muito drástico, ele próprio puxa algum papo mais voltado ao sentimentalismo. E depois, claro, a maior choradeira.
O Contestador
Uma espécie de “valentão”, mas restrito ao plano das idéias. O contestador, em geral, é uma figura tímida, acanhada, bem tranqüila. Mas basta tomar uminha para se tornar o Jânio Quadros; fala difícil, cria polêmicas, mostra teimosia, e obviamente faz papel de idiota. Como tímido, ele fica bem melhor.
O Piadista
De todos os chatos, esse é o único que em raríssimas vezes pode ser positivo. No geral, porém, é um babaca que conta piadas insuportáveis, ele próprio gargalhando (fazendo, ao mesmo tempo, papel de “cômico imbecil” e “claque”). O duro é quando se trata do Presidente da Empresa: temos que dar risada das piadas idiotas, como se fosse um filme de gânsters.
O Melhor Amigo
Final de noite, e o camarada fala, com a voz trêmula, já quase indecifrável: “Você sabe que eu sou seu amiiiigo...”. É assim que aparece o “melhor amigo”, aquele que nunca falou contigo direito, mas depois de um porre resolve que você é um amigo de infância.
E vocês, camaradinhas? Como são?
12/23/2002 02:13:00 da manhã
LEITORES PATROCINADORES
Como vocês viram, há toda uma movimentação entre as multinacionais para conseguir alguns centímetros neste diário. Também pudera: este blog é campeão de audiência em Botsuana, Djibuti, Sri Lanka e Agharta. Assim, Marco Aurélio, que possui um vasto império virtual, resolveu também investir no promissor ramo dos transplantes heterodoxos (leia-se: tráfico de órgãos). Seu anúncio:
Se Van Gogh estivesse vivo, não passaria apertado! Chegou a "Marcorelhas Transplantes", para quem não tem paciência de ficar nas filas de espera do Governo. Aqui você encontra:
* Fígados
* Rins
* Orelhas
* Córneas
* E alguns cornos, que insistem em fazer trocadilhos com meu nome!
Não se esqueçam: Marcorelha, sua primeira opção em transplantes rápidos. A segunda opção é a fila do Governo. O que escolhe?
12/23/2002 12:56:00 da manhã
domingo, dezembro 22, 2002
MEU NOVO BLOG: "CANETABIC"
Enquanto falo ao telefone, gosto de fazer uns rabiscos. Sempre gostei muito de desenhar, e ao mesmo tempo sempre tive total consciência de que não era suficientemente talentoso para ser profissional, tampouco ruim o bastante para ser uma negação.
Como todo bom medíocre, fiz um blog. É isso aí! A partir de agora, antes de amassar e jogar no lixo, terei a decência de scannear e publicar no CANETABIC alguns desenhinhos.
Devo muito à minha amiga Kelly, que me ajudou com template, contador, comentários, suportando o péssimo humor desse que voz fala. O link tá lá do lado direito, mas vocês podem visitar clicando aqui...
12/22/2002 06:56:00 da tarde
O VISITANTE NÚMERO DEZ MIL
Mande a "prova" e aguarde a surpresa. Quer dizer, nem sei se é surpresa, né? Bom... Se não quiser mandar a prova também...
12/22/2002 12:10:00 da tarde
sexta-feira, dezembro 20, 2002
12/20/2002 02:08:00 da manhã
DESMASCARANDO DESCULPAS
Moleques Que Não Saíram da Adolescência
(Isso se já saíram da infância...)
A infantilidade é um ingrediente presente em qualquer personalidade humana. Tirando essa coisa mais psicológica, há alguns camaradas que simplesmente NÃO CRESCEM.
Ocorre que, ao longo dos tempos, uma série de desculpas foram desenvolvidas para justificar essa falta de maturidade. E, vamos e venhamos, são desculpas bem elaboradas.
Chegou a hora de desmascará-las. Vamos lá!
Seriados Infantis
Hoje, os “adultos” vêem coisas como “Friends” ou “Sex and the City”. Antigamente, viam “Casal 20” ou “O Homem de Seis Milhões de Dólares”. As crianças de antigamente, viam “Spectreman” e “Ultraman”, assim como as de hoje vêem “Power Rangers” e “Castelo Rá-Tim-Bum”.
O lance é que os adultos de hoje, que eram as crianças de ontem, CONTINUAM venerando aquilo que gostavam quando eram fedelhinhos.
A Desculpa:
“Trata-se de produções instigantes, pois lidam com signos já abandonados pela televisão atual, muito mais preocupada com tecnologia e audiência a todo custo. Os seriados infantis de antigamente reuniam, inclusive, elementos de pureza quase mitológica; tanto que todos os atuais, praticamente, decorrem deles”
Desmascarando:
“São seriados babacas, mas que lembram uma fase boa da vida. E só. As histórias são bobas, os efeitos são sofríveis, sem contar a “atuação” dos atores, que é pra lá de lamentável”
Desenhos Animados
Assim como ocorre com os seriados infantis, os desenhos animados mais antigos são cultuados por legiões de fãs “adultos”. Hanna-Barbera, Speed Racer, Sawamu, Fantomas, entre outros, atraem a sanha, principalmente consumidora, de camaradinhas com mais de 25 anos (alguns, mais de 35).
A Desculpa:
“As animações d’antanho trazem uma linguagem pura, com dicotomias clássicas das formas mais tradicionais do maniqueísmo mitológico. Os desenhos bidimensionais de Hanna-Barbera são um capítulo à parte na história das animações mundiais. Aliás, muitos atores famosos dublam esses desenhos.”
Desmascarando:
“São desenhos babacas, totalmente previsíveis, com dublagem horrível (em mono) e várias falhas. O pessoal gosta não pela qualidade, mas sim por pura questão de nostalgia”
Gibis: Marvel & DC
Desde o tempo do Onça, e talvez até mesmo antes dele, o mercado dos “quadrinhos de herói” se divide em duas “editoras majors”: Marvel e DC Comics. Os personagens mais famosos estão ou em ambas as editoras. Superman e Batman são da DC; X-MEN e Homem-Aranha, da Marvel.
Aqui no Brasil, as duas editoras saíram das mãos da Abril Jovem para cair no Porto Seguro da Mythos Editora, que as publica sob coordenação da Panini, uma empresa da Europa. O nível subiu, o preço nem tanto.
A Desculpa:
“Não se pode desprezar ícones-pop como os super-heróis dessas editoras. As tramas, às vezes aparentemente superficiais, são sempre muito criativas. Além disso, esses gibis permite uma ‘válvula-de-escape ficcional’, de certa forma bastante saudável, e que principalmente contribui para o ecletismo de quem os lê”
Desmascarando:
“São historinhas de super-herói; de cada 10, nove usam cueca por fora da calça. Os heróis, por meio de suas virtudes inabaláveis, sempre pretendem salvar o mundo de alguma ameaça aterradora. Paulo Coelho é mais profundo.”
Quadrinhos “Adultos”
Os “heróis tradicionais” ficaram com o filme tão queimado, a ponto de se criar um “gênero intermediário”, no qual seria cabível publicar algumas histórias mais interessantes, de roteiros mais elaborados. Sob essa idéia surgiram publicações como “Transmetropolitan”, “Os Invisíveis”, entre outras.
Até as editoras major acabaram mandando brasa nessa corrente. “Sandman” e “Hellblaizer”, por exemplo, são publicações da DC Comics; a mesma da Mulher-Maravilha e do Aquaman.
A Desculpa:
“Os quadrinhos adultos trazem uma temática muito mais elaborada, envolvendo assuntos que, de tão espinhosos, são explorados somente por publicações alternativas. Nem mesmo em filmes se vê as relações embaraçosas propostas nos quadrinhos-adultos. ‘Sandman’, por exemplo, é uma obra prima”
Desmascarando:
“Além de ser gibizinho de herói da mesma forma que os demais, esses têm pretensões idiotas, como se fossem ‘obras de arte’. Ridículo. São gibis e fim-de-papo. Não tem essa de ‘quadrinho adulto’. É a mesma coisa que dizer ‘teletubies de adulto’.”
RPG
Imaginem um jogo que não tem regras convencionais. Imaginem um jogo sem, necessariamente, um “tabuleiro”. Imaginem um jogo em que a sorte tenha um papel secundário ao da inteligência. Imaginem um jogo em que os participantes conversam, chegando muitas vezes a conclusões racionais, em vez de jogar um dadinho e resolver a parada no “quem-tira-seis-traça-tudo”.
Imaginaram? Pois é. Por mais que pareça broxante (aliás, o verbo é impróprio, pois quem joga RPG não transa, então obviamente não faz diferença se for broxa), esse joguinho fez (e faz!!!) sucesso entre uns e outros.
A Desculpa:
“O RPG estimula a mente de uma maneira sem-igual. Sua estrutura consegue aliar a estratégia do xadrez, com os blefes do carteado, o jogo-rápido das decisões do ‘War’, tudo isso em cenários oriundos da criatividade dos integrantes. Em suma: um jogo perfeito, no qual os participantes vivem uma verdadeira história”
Desmascarando:
“Precisa?”
Star Trek
Sinceramente, não sei o que veio antes, se foi o seriado ou o filme. Acredito que tenha sido o seriado. Star Trek é a gloriosa “Jornada nas Estrelas”, do Capitão Kirk, Spock, entre tantas outras. Há uma febre tão violenta em cima dessa série, que os adeptos se batizaram “trekkers”.
Para se ter uma noção do nível em que chega essa paixão pelos tripulantes da Enterprise, basta citar que há, nas boas (e péssimas) livrarias, exemplares do “Dicionário Klingon”; um glossário do idioma de uma espécie alienígena.
A Desculpa:
“‘Jornada nas Estrelas’ traz, além de boas histórias, todas as características necessárias para uma boa ficção científica, sem menosprezar a inteligência do público, e inclusive respeitando leis da física, e da ciência em geral.”
Desmascarando:
“Poucas coisas são mais idiotas do que um adulto fazendo a ‘saudação vulcaniana’. Sem contar os ‘encontros de trekkers’, nos quais as tropas estelares (rárárá) discutem os novos rumos do cosmo, a partir de algum galpão do Bom Retiro”
Guerra nas Estrelas
George Lucas uniu ícones da mitologia grega, vestuário oriental, o bom e velho maniqueísmo, muita (muita mesmo) tecnologia, atores promissores (mas desconhecidos) e personagens ‘inunamos’ muito simpáticos (como C3PO e Chewbacca).
Primeiro lançou “Guerra nas Estrelas”, daí “O Império Contra Ataca” e por fim “O Retorno de Jedi”. Por fim não, ou melhor, “em termos”, pois lançou também “A Ameaça Fantasma” e “O Ataque dos Clones”.
Estes últimos, respectivamente (além de um terceiro que está em vias de ser lançado), são os “episódios iniciais” (ou seja, no enredo geral, são anteriores a “Guerra nas Estrelas”).
A Desculpa:
“A saga de ‘Guerra nas Estrelas’ possui uma riqueza sem igual em toda a história dos filmes de Hollywood. Mesmo séries mais antigas, como James Bond, não contêm a diversidade temática, tampouco o apuro tecnológico da epopéia de George Lucas”
Desmascarando:
“Com toda essa punheta a respeito de ‘Guerra nas Estrelas’, não podemos esquecer que, perto de ‘Matrix’, trata-se de um filminho para crianças de dois anos de idade. Sem contar que a mistureba do George Lucas não tem nada de ‘sincretismo intelectualizado’, mas sim confirma a falta de criatividade do diretor. Por fim, como podemos classificar um sujeito que se diz membro dos ‘Cavaleiros Jedi’?”
O Senhor dos Anéis
Um camarada chamado J.R.R. Tolkien teve uma “idéia genial”: uniu toda a mitologia céltica num roteiro bem boboca, com direito ao herói ser um adolescente e tudo mais.
Obviamente, isso é apresentado sob uma roupagem quase shakespeareana. Algumas pessoas se referem a Tolkien como um sujeito muito acima de Tolstoi ou James Joyce.
A Desculpa:
“O universo de Tolkien engloba as lendas celtas seculares, mas num enredo que não deve nada para as tramas mais novas. Um exemplo disso é que, embora haja o “herói” e o “vilão”, não existe uma dicotomia impositiva acerca disso. Os personagens são complexos, muito mais do que nos filmes do gênero.”
Desmascarando:
“A idéia é da ‘Era Hiboriana’, do Conan. Os elementos são da cultura celta, ou seja, de ‘domínio público’ (mas já lançados tanto no gibi do Sláine, quanto em filmes como ‘A Lenda’). O público-alvo... Bom, esse é o de sempre: idiotas de plantão.”
Que tal, prezadíssimo leitorado? Não adianta reclamar, porque falei mal pra cacete de coisas que eu adoro...
12/20/2002 02:02:00 da manhã
LEITORES PATROCINADORES
No espaço publicitário de hoje, contaremos com o anúncio de NatyGirl, que comanda um "Centro de Psicografia" em Minas Gerais. Naty, como sabemos, contratou "Róbers Róbers", médium internacionalmente famoso, que recebe o espírito de Neil Gaimann. Abaixo, o anúncio das Corporações NatyPsicografias, uma rede de franquias em Centro de embustes espiritualistas, esotéricos, quiromanticos, cromoterápicos etc...
Venha você também receber notícias de seu familiar que já bateu com as dez! Não perca essa chance de receber um cartão-postal do além! Agora também a exclusiva PSICOGRAFIA EM BRAILE, para que os cegos também tenham notícias de parentes finados!
12/20/2002 01:58:00 da manhã
quinta-feira, dezembro 19, 2002
12/19/2002 01:21:00 da manhã
TRATADO GERAL DOS PENDURICALHOS CAFONAS
Por mais que você seja uma pessoa desprezível, não acho justo que seja reduzido ao status de “cabide”. Sim, cabide. Muitas pessoas são verdadeiros cabides ambulantes, tamanha a quantidade de coisas dependuradas.
Esses penduricalhos, que as fazem parecer uma “árvore de natal”, aparecem em várias modalidades. Vamos a elas:
Capanga e Tiracolo
Há algum tempo, os homens saiam às ruas com uma elegante bolsa, cuja alça predia-se em um ombro. Trata-se da famigerada capanga, um dos maiores atentados à estética já praticados pelo ser humano. Pior que ela, só mesmo a “bolsa à tiracolo”. Todos conhecem essa, né? A que ficava debaixo do braço, recebendo um banho diário de catinga, e ainda tinha uma “micro-alça” pela qual era possível também segurá-la, minutos antes de guardá-la no “rack” ou em outro móvel igualmente brega.
Lenços
Lenços de pano tiveram seu momento. Assim como o motor à vapor, o disco de 78 rotações e as novelas do rádio. Muito tempo passou, mas ainda há quem insista em usar os absurdamente anti-higiênicos lencinhos de pano. Alguém vai dizer: ah! Mas dá para fazer a linha com uma garota que está chorando... Pára!!! Quem é a doida que vai querer enxugar as lágrimas num pano em que provavelmente foi expectorado um quilo de ranho? Acorda!
Além desse lencinho, temos modalidades “fashion-paraíba”, tais como “bandana”, “lenço no pescoço”, “lenço no tornozelo” e outras aplicações tão esteticamente bonitas quanto uma fralda geriátrica.
Correntinha de Óculos
Na intimidade do seu lar, é altamente recomendável usar esse utensílio, principalmente se você for uma pessoa desastrada. Mas, na rua, na frente dos outros, aos olhos do povo, enfim, EVITE ESSA BABOSEIRA. Além de completamente ridícula, a correntinha de óculos pode te complicar muito mais do que se não houvesse qualquer cordinha. Isso porque é comum alguém se enroscar e jogar seus óculos a uns três metros, destruindo-o completamente. Se apenas caísse, naturalmente, não faria tamanho estrago.
Medalhinhas em Geral
Erasmo Carlos, o amigo-de-fé-e-irmão-camarada, nos tempos em que ainda atendia pelo epíteto de Tremendão, lançou moda com um ferrinho pendurado numa corrente (era algo assim, sei lá). Virou febre. Parece que era um treco específico de um carro, o que gerava problemas para os proprietários desse veículo. Isso foi há mais de trinta anos. Naquela época, já era algo meio cafona, mas a Jovem Guarda tinha autoridade para lançar moda. Hoje, porém, qualquer tipo de correntinha é considerada brega, inaceitável, cafona, tacanha, ridícula e digna de apedrejamento e morte por asfixia num banheiro de rodoviária.
Faz-se necessária uma singela enumeração, para efeito de simples referência, acerca das medalhinhas condenadas:
· dentinho-de-leite;
· bonequinho-de-ouro-para-o-filho-que-nasceu;
· crucifixos;
· escapulários;
· coisas religiosas em geral;
· símbolos orientais em geral;
· referências a times de futebol;
· miçancas em geral;
· cacarecos de hippie;
· guias espirituais
Canetas, Lápis e Afins
O português-da-padaria é motivo de troça porque usa um singelo lápis na orelha. Acho isso equivocado. Realmente, é brega pra diabo, mas esse lápis já tem toda uma significação cultural. A coisa é tão arraigada que o Manuel, aqui da esquina, resolveu informatizar a padaria. Descobri porque o vi atendendo no balcão com o mouse na orelha.
(pausa para o riso amarelho diante da piada velha e sem graça)
De todo modo, é bem melhor o lápis (ou a caneta bic carcomida) do português do que uma montblanc de executivinho júnior. Isso mesmo. Não há nada mais cafona do que ostentar uma caneta cara. Ainda mais porque na 25 de março elas custam algo em torno de 20 reais (isso se o coreano te passar aperna, porque com dérreá você leva duas).
Lembra da época da escola? É igual: lápis, caneta, borracha, branquinho, apontador e congêneres: tudo em estojo. Caneta é coisa de apontador de jogo do bicho, despachante e advogado de porta de cadeia (daqueles que usam anel de rubi e broche da OAB).
Prendedor de Celular
À mesma proporção que a ciência nos apresenta a maravilhas da tecnologia, a baianada nos apresenta a indecências da cafonice. Sim, eu sei, os prendedores de celular são fabricados no exterior. Foi licença poética preconceituosa e bairrista. Mas é dureza, meus chapinhas... Prendedor de celular é algo que me faz perder a amizade com qualquer um.
Não dá para olhar com respeito para uma pessoa que deixa o celular penduradão, do lado de fora da cinta, todo malandrão, no maior estilo “veja-como-estou-a-cara-do-amado-batista”. Assim não dá!
Broches e Bottons
Da mesma forma que o “trequinho de corrente” do Erasmo Carlos expirou há trinta anos, não há nada que justifique alguém usar broche ou botton desde a época de “Hard Days Night”, dos Beatles.
Exceção óbvia ao período eleitoral, que dá margem para alguns broches já tradicionais e bacaninhas (a vassoura do jânio, a estrelinha do PT, o tucaninho do PSDB e até o cofrinho do Maluf... ah!!! Esse não tem, né?).
Bom, ocorre que isso é uma bosta de feio. Broche é brega, botton é mais brega ainda. Não usem isso! Passem na 25 de Março e vejam só o “público-alvo” do camelô. Depois quero ver alguém usar “brochinho do KLB”...
Chaveiros à Mostra
Certa vez ouvi um aforismo bacana, é o seguinte: um homem rico não anda com um monte de chaves. É verdade. Feliz ou infelizmente, as pessoas bem posicionadas não precisam fazer a linha “carcereiro”, carregando umas 135 chaves num chaveirinho desmilingüido.
Para piorar a situação, algumas pessoas PENDURAM o chaveiro num passador do cinto, ou algo do gênero. Aí é demais. Não só forçam a amizade, mas também imploram para receber tiros de canhão na nuca! Pendurar as chaves é a mesma coisa que andar com a cueca suja pendurada no pescoço.
Blusa no Ombro
O mauricinho, passeando num dia “fresquinho”, resolve colocar o suéter no ombro para o caso de “dar uma esfriada”. Essa cena é bastante comum em Campos do Jordão, onde, no inverno, SEMPRE DÁ UMA BELÍSSIMA ESFRIADA.
Passado o intróito quase bucólico, vamos aos fatos: é brega. Não importa a marca do suéter ou da camisa a ser coberta. Isso é de somenos importância; fato é que o visual é cafonérrimo.
Mas onde enfio o suéter, já que não posso colocar no ombro? Se alguém realmente “se fez” essa pergunta, imagino que também já saiba a resposta.
Pochete
Para o final, o melhor. Quer dizer... O PIOR! Falar mal de pochetes ficou uma coisa tão batida que os humoristas consideram quase tão ridículo quanto fazer um trocadilho.
Pode ser, mas daria para esquecer da dita cuja nesse tipo de listagem? Impossível! Afinal, nada é mais cafona do que a pochete; simplesmente nada.
Reza a lenda que no ano de 1995, por aí, as pochetes despencaram do “uso aceitável” para o “totalmente cafona”. Não passaram pelo estágio intermediário de “cair em desuso”. Simplesmente se tornaram um ícone da cafonália – o que nos remete a algum estudo mais aprofundado, não é mesmo?
Mas, para ficar nesse nosso papo de hoje, prefira cometer TODOS OS DEMAIS ERROS, mas jamais use uma pochete. Não tem desculpa. Por mais que andar de “bolsos cheios” seja brega, prefira isso a carregar pochete.
Equilibre suas coisas na cabeça, contrate um secretário para carregar suas tralhas, use uma mochila, mas não use pochete. Sabe-se que há uma quadrilha internacional que mata violentamente pessoas com pochete. Cuide-se.
Mas e aí, mocidade independente? Como é? Vão parar de usar a correntinha com o dente-de-leite ou não tem jeito?
Ps – a pochete é tão tacanha que nem o corretor ortográfico a reconhece. Façam o teste! Essa é a prova de que está REALMENTE condenada, fadada ao esquecimento, extinta...
12/19/2002 01:20:00 da manhã
LEITORES PATROCINADORES
A coisa realmente tá pegando! Foi só a notícia se espalhar no Jet-Set empresarial, que as corporações milionárias resolveram se mobilizar para obter segundos de notoriedade por meio deste Diário. E estamos aqui para isso. Não somente para fazer o leitor se sentir ainda mais idiota do que supôs ser quando acordou, mas também para ganhar um troco.
Hoje, vejam vocês, ReOxendorff, que controla o império de bebidas alcoólicas ReOrloff, manda sua brasa em nosso espaço.
Vodka ReOrloff, aquela que você pode beber até ficar zureta, que não dá bafo nem deixa cheiro no corpo! A melhor alternativa para quem bebe escondido! ReOrloff: apesar de muxibinha, saborosa!
12/19/2002 01:01:00 da manhã
quarta-feira, dezembro 18, 2002
12/18/2002 01:38:00 da manhã
GRANDES PLEONASMOS DA HUMANIDADE
Pleonasmo é igual a trocadilho: impossível passar a vida toda sem mandar algum. Tudo bem que “pegar gosto pela coisa” é algo deplorável. Mas, em algum momento da vida, você já se achou o máximo por fazer trocadilhos.
Isso, claro, se você for uma pessoa saudável, dessas que têm vida sexual, sorriem diante de algo engraçado, gostam de esporte e não vêem filmes maleta do Irã.
Quanto ao pleonasmo, a lógica é bastante parecida: aos poucos vamos descobrindo que determinada expressão é equivocada. E assim por diante. Desse modo, trago para vocês uma coletânea de pleonasmos clássicos, e talvez um ou outro mais inusitado. Vamos lá...
“Ambos os Dois”
A palavra “ambos” indica que há apenas dois elementos. O “ambos” é uma espécie de “todos”, quando há SOMENTE dois. Mesmo diante do caráter de dualidade imposto pela palavra “ambos” (que deriva-se em palavras como “ambíguo”, “ambidestro”...), as pessoas gostam de reforçar mandando um “ambos os dois”. Pior é quando o panaca fala “ambos os três”. Sem noção.
"Saco Escrotal"
Quem nunca disse essa? Quem nunca a ouviu sem reparar no erro? Pois é... "Escroto", embora seja uma palavra utilizada como adjetivo para significados pouco louváveis, significa (como substantivo) "saco". Assim TODO SACO É ESCROTAL, mesmo se não for o saco das bolinhas, aquele que quando a mina acerta a joelhada o cara cai dobrado. Aquele é o bom e velho saco, ou escroto. E não adianta usar pleonasmos chiques, como "bolsa escrotal". É pleonasmo do mesmo jeito.
“Amigo Pessoal”
Impossível haver um laço de amizade que não seja pessoal. Já tentaram imaginar o que seria de um “amigo impessoal”? Ah, mas tem o “amigo do trabalho”. Não, não tem. Esse é o “colega”. Ah, mas tem o “amigo do bairro”. Não, não tem. Esse é o vizinho. Você pode, sim, ter amigos no trabalho, no bairro, no raio que o parta, mas será SEMPRE uma amizade pessoal. Ah, mas tem amigo que é “mais amigo”; então diga “amigo íntimo”.
“Urgência Urgentíssima”
Chega a ser cômico, mas essa expressão é uma das favoritas de nove em cada dez chefes neuróticos. Porque um em cada dez simplesmente dá uma bicuda na nossa mesa, o que mostra ser de uma “urgência ainda mais urgentíssima”. Voltando ao plano do raciocínio, essa é uma redundância escalafobética. Uma coisa pode ser urgente ou não. A palavra urgente não permite esse superlativo. Na hipótese de querer dar intensidade à urgência, diga apenas que é “urgentíssimo”. Ou você diz que algo é “bom boníssimo”, “doce dulcíssimo”, “chato chatíssimo”?
“Plus a Mais”
A tradução de “Plus” nos dá a idéia de algo que é “a mais”. Assim, tudo que é “plus” é “a mais”. Mas nossos tapuias ADORAM um anglicismo. Essa coisa de “plus a mais” dá a idéia de “tradução simultânea”. O inventor da brilhante construção deve ter sido algum sujeito benevolente, que buscava fazer tradução simultânea de seus anglicismos para os interlocutores caboclos. Existe algo pior do que usar expressões em inglês? Sim, inseri-las numa expressão pleonástica.
“Meio-Ambiente”
Desde os tempos do ginásio (hoje essa porra chama “ensino fundamental”, né?), as professoras explicam que “meio-ambiente” é uma expressão redundante. Explicam que “Meio” já significa ambiente, então não precisa dizer isso. Mesmo assim, dizemos. Mesmo assim, repetimos com o passar dos anos. Mesmo assim, o Brasil tem um Ministério com esse nome.
“Encarar de Frente”
Com exceção do peixe “linguado”, e das animações bidimensionais de Hanna-Barbera da década de sessenta, ninguém mais conseguirá “encarar de lado”. Encarar, acreditem, só pode ser de frente. De costas, então, impossível. Quando alguém fala que vai “encarar de frente”, pode querer passar idéia de coragem, bravura, etc., mas na verdade passa idéia de burrice.
“Vasta Cabeleira”
Impossível haver uma “curta cabeleira”. Corram para o dicionário e confiram comigo no replay: uma “cabeleira” consiste em cabelos LONGOS. Sim, longos. Igual à cabeleira do zezé, que sem precisar do qualificativo “vasta”, já fez com que pairassem pesadas dúvidas a seu respeito. Portanto, toda cabeleira é vasta. Ah, mas e se for uma cabeleira realmente vasta? Então não diga cabeleira, mas apenas que são “cabelos muito compridos”, ou coisa que o valha.
“Prefeitura Municipal e Governador do Estado”
Pelo menos no Brasil, toda prefeitura é municipal. A organização política deste país não permite prefeituras estaduais, federais ou “de bairro”. Coisas como “subprefeiuras” até existem, mas o prefixo “sub” desconfigura o cais-cais-cais. O mesmo ocorre com o “Governador do Estado”. Por mais que se diga que todo administrador público “governa”, quando falamos em “Governador” só pode ser do Estado. Obviamente, ao tratar de um estado em especial, aí as construções saem mais ou menos assim “Governador do Estado de São Paulo” em vez de “Governador de São Paulo”. Tudo bem, isso passa.
“Ligar para o Telefone”
Mesmo diante da pletora de novos aparelhos, continuamos com essa “amarra semântica” em relação ao verbo “ligar” no sentido de “telefonar”: só é possível fazê-lo diretamente para outro telefone. Sim, é possível fazer uma porção de coisas com seu aparelhinho celular; mas, caso queira telefonar, só vai conseguir fazê-lo para outro telefone. Então, em vez de dizer “vou ligar para seu telefone” diga apenas assim: “vou ligar para você”.
“Há xxx anos Atrás”
Sim, Raul Seixas errou. Não se diz “há tantos anos atrás”. Quando falamos “há”, significa que a coisa foi no passado. Se foi no passado, obviamente foi (com todo respeito) atrás. Diga “há tantos anos” ou “tantos anos atrás”. Mas não misture “há” com “atrás”, pois, tal água e óleo, essa imiscibilidade (uau!) complicará sua reputação nas rodinhas mais inteiradas.
Falaí, moçada! Vocês tropeçam direto, né? Vamos confessando...
12/18/2002 01:36:00 da manhã
LEITORES PATROCINADORES
Depois das "Corporações Durex Alvarez", chegou a vez de um IMPÉRIO do setor de fósforos despejar dinheiro em troca de quinze minutos de fama. Trata-se do mundialmente consagrado império denominado "Fósforos JuGuarany", da leitora Maninha. Vejam, abaixo:
Os palitos-de-fósforo "JuGuarany" são feitos com a mais pura madeira; ou seja, nós desmatamos uma porrada de floresta, além de, com nosso próprio produto, termos condições de colocar fogo nas árvores restantes. Tudo bem que com um pouco de vento esses fósforos não acendem. Ok, ok, se pingar uma gota d'água também dá chabu. Mas é isso aí, fósforos JuGuarany!
12/18/2002 12:53:00 da manhã
terça-feira, dezembro 17, 2002
12/17/2002 02:15:00 da manhã
FAÇA VOCÊ TAMBÉM O SEU “DRINK DA MODA”
Algumas vezes por mês, aparece em alguma revista algum “novo drink da moda”. Quando vamos ver, é alguma mistureba bem óbvia; não raro, alguma bebida que já existia há algum tempo.
O “rabo-de-galo”, por exemplo, já renasceu com vários nomes. As Patys e os Playbas são o público-alvo para a sanha capitalista desses barmen pouco criativos.
Já que é assim, mando um “passo-a-passo” para que meu leitorado tenha condições de também “criar” essas bobagens. Vamos lá, moçada:
1º - Bebidas Clássicas:
Todo drink, e isso é inevitável, tem uma “bebida-base”; em suma, uma bebida que vai “dar o tom” – mesmo em misturas quase equânimes, há, portanto, “duas bebidas-base”.
A lista é longa, e você precisa ter uma leve noção. Vejamos:
Destilados:
Cachaça, Vodka, Steinhegger, Gin, Run, Tequila, Whisky etc.
Fermentados:
Saquê (sim, panacas, saquê é fermentado), Vinhos, Champagne, Cerveja etc.
Vomitados Pelo Demo:
Vinho Chapinha, Conhaque Dubar, Fogo Paulista, Cidra etc.
2º - Bebidas Diferentes:
Há uma “segunda categoria”, formada por bebidas já “batizadinhas”, ou seja, que tenham passado por processos de sutil mistureba; algumas nem passaram por mistureba, mas entram aqui porque eu quero. Vejamos:
Carpano (para a plebe, sirva Campari), Vermute, Conhaque, Pisco, Arak, Licores, Irish Cream, Bourbon, Angostura etc.
3º - Frutas:
Elas podem ser espremidas, batidas, em polpa, cortadas, enfim, sempre caem bem nos drinks, principalmente no verão. As mulheres, principalmente, adoram bebidas com frutas.
Você pode incluir qualquer fruta na elaboração de um drink. Até o tomate entra no bloody-mary. Mas, ops! Há uma fruta que não combina. Ironicamente, aquela que serve de exemplo quando a pessoa resolve meter o pé numa bebedeira: a jaca.
Assim, não queira inventar moda de fazer drink com jaca. Até “fruta-do-conde” dá para segurar, mas jaca não tem jeito. Saia fora.
4º - Misturebas:
Agora chegou “a hora”. Existem fórmulas simples para se obter um “drink da moda”. Uma dela é a clássica: “três partes de um destilado, uma de um fermentado, outra com polpa de uma fruta”.
Só procure tomar cuidado para não fazer verdadeiras farmácias. Evite, também, misturar destilados fortes, ou fermentados sem afinidades, p.ex.: “vodka+cachaça+tequila” ou “vinho+cerveja”.
Importante: pegue um livrinho desses de banca de jornal, e veja os drinks que já existem (senão você perde cinco horas para reinventar a caipirinha e vai ficar muito puto ao saber que já bebem isso há mais de um século).
5º - Enfeites e Firulas:
Você não pretende servir seu drink num copo de geléia-de-mocotó, né? Então capricha nessa porra!
Além das taças e copos clássicos, você pode optar por pequenas “firulas”, tais como “palitinho com azeitonas”, “palitinho com cereja”, “limãozinho descascado” etc.
Alguns, mais empolgados, colocam chuvinha-de-prata, purpurina, lantejoula, néon, bateria com vinte e cinco rojões de doze tiros, fanfarra militar, entre outras alegorias e adereços pouco razoáveis.
6º - Nomes:
Não adianta nada fazer tudo isso e depois servir o “Mexidinho da Cangaíba”. Por favor, né? Drink DEVE TER NOME ESTRANGEIRO. Com exceção de algumas misturas já quase folclóricas, todo drink “respeitável” tem nome importado.
A menos que você seja um daqueles embusteiros de Porto Seguro, que a cada verão inventam uma nova moda, com os mesmos ingredientes, mas nomes que variam de “Capeta” para “Rabo-de-Foguete”.
Abaixo, sugestões de nomes ainda não usados:
“Blowjob on The Beach”, “A Modest Proposal”, “Pink Floyd” (ressaca brava), “Arkhan Asylum”, “Déja Vu” (como ninguém criou um drink com esse nome?), “The Book is On The Table” etc.
E você, leitora? E você, leitor? Como fazem? Pedem alguma bebida normal, ou gostam de “drinks”?
12/17/2002 02:13:00 da manhã
segunda-feira, dezembro 16, 2002
LEITORES PATROCINADORES
Em razão da absurda audiência deste Diário, a nata do empresariado mundial resolveu anunciar por aqui. E, vejam vocês, são todos leitores - como boa parte da aristocracia. Calma, leitor! Você continua sendo ralé... Digo "aristocracia" para uma meia-dúzia REALMENTE boa de bola.
Abaixo, o anúncio suplicado pelo Sr. Drex, Presidente do Conselho de Administração das Empresas "Durex Alvarez":
É isso aí, pessoal! Comprem os "Durex Alvarez", aqueles que grudam de tudo! Ideal para armações de óculos de camelô, e toda sorte de gambiarras e improvisos! Na compra de 999 unidades, você ganha mais três centímetros! Não perca!
12/16/2002 11:59:00 da tarde
COMUNICADO IMPORTANTE
Aviso à Praça
O "Imperador do Sacrossanto Império Gravataístico Merenguético", no uso de minhas atribuições atribuídas por mim próprio enquanto particularmente minha pessoa de mim mesmo,
CONSIDERANDO, que a publicação denominada "Diário de Gravataí Merengue" tem mandado lenha, infalivelmente, em dois textos por dia, de segunda a sexta-feira;
CONSIDERANDO que no período de "final de ano" o bambu quebra no meio;
CONSIDERANDO as recentes campanhas de não-poluição; e finalmente
CONSIDERANDO que eu mando nesta porra e fim-de-papo,
DECRETO-SANCIONO-ENFIO-CHACOALHO-E-BATO-NA-CARA a presente Ordem do Imperador, com um único artigo, porque para o bom entendedor pingo é letra:
1 - Será publicado APENAS UM TEXTO por dia; mantidos, obviamente, os já famigerados "associados";
Esta ORDEM passa a valer a partir de agora. Um, dois, três e... já!
12/16/2002 10:02:00 da tarde
12/16/2002 11:19:00 da manhã
ETIQUETAS DE AVISO PARA SERES HUMANOS
Todos os produtos vêm com o manual de instruções. Nesse manual, há uma série de ressalvas em relação a prováveis defeitos e afins. Hoje em dia, depois de várias ações judiciais que arrancaram fortunas de grandes empresas, vários são os produtos que, além do manual com as ressalvas, venham também com “etiquetas de aviso”.
Essas etiquetas são avisos REALMENTE RELEVANTES, daqueles que acabam até complicando um pouco nossa empolgação com o produto, mas que servem para a empresa “tirar o corpo fora”; porque você, definitivamente, foi avisado que a coisa “não é bem assim”.
Vamos, então, às hipóteses de se colocar tal etiqueta em alguns tipos de seres-humanos:
Homens Em Geral
“Atenção: o produto não atende às especificações da propaganda; memória fraca; alta habilidade na elaboração de desculpas, inversamente proporcional ao espaço reservado para armazenamento de datas importantes; recipientes internos para armazenamento de grandes quantidades de cerveja; recomenda-se não utilizar o produto durante partidas de futebol”
Mulheres Em Geral
“Produto expira em quarenta anos; caso tenha bons cuidados, malhação, não fume, nem beba, dura quarenta e um anos, nesse caso, troque-a por duas de vinte; tendências de reclamar por motivos idiotas; incapaz de dirigir; incapaz de abrir compotas; contém alguns trilhões de neurônios a menos; não possui boa habilidade para ouvir desculpas; dotada de um exclusivo dispositivo que a faz falar e ouvir ao mesmo tempo, prestando atenção no que fala e no que houve, dada a futilidade desses assuntos”
Metaleiros
“Possui comandos de diretivas, de modo que alguns ícones não podem ser criticados, sob pena de se acionar o dispositivo de emergência, transformando o produto em uma máquina de destruição, chiliques e siricoticos em geral, são os ícones: Iron Maiden, Kiss, Slayer, Megadeth e “Metallica na fase inicial”. Tendência a usar cabelos compridos, como os do Guarabyra, mas sem grandes semelhanças melódicas; preferência por camisetas pretas com desenhos demoníacos, ou seja, uma temática bem infantil”
Surfistas
“Por mecânica e carroceria exuberantes, o produto não possui um bom computador de bordo; ou seja, não tem grande capacidade de raciocínio. Afaste-o da “cidade grande” durantes os finais-se-semana; caso isso não seja feito com regularidade, o produto apresentará falhas decorrentes de crises e demais problemas que serão denominados pelo próprio como ‘puta stress, cara’.”
Corinthianos
“Por ser de linha popular, alguns opcionais sofisticados, como os softwares “Gramática e Matemática Básicas” e “Escolaridade Razoável”, não vêm instalados; o produto, em geral, tende a perder a dentição; em pouco tempo, é normal que passe a emitir um ruído estranho, com a seguinte sonoridade: ‘timão eô, timão eô’; apenas dez por cento deles terão capacidade para saber que ‘timão’ decorre da peça náutica, e não um aumentativo de ‘time’”;
Extremistas de Esquerda
“O produto, em geral, tende a defender governos ditatoriais cruéis, e ao mesmo tempo refutar outros governos igualmente ditatoriais e cruéis, tão-somente porque um escora-se na idéia de ‘socialismo’ e o outro não; apenas um por cento deles terá, efetiva e eficientemente, lido as obras de Marx e Gramsci; a exemplo dos metaleiros, alguns ícones não podem ser contestados, tais como os já citados e também outros, como: Chomsky, Engels, Lenin, Che e, acreditem, Fidel Castro.”
Extremistas de Direita
“O produto vem com os seguintes comandos/premissas: o mundo está sob um grandíloquo ataque comunista, empreendido a partir de Pequim, Havana ou alguma sobreloja em Cuiabá; o importante é defender a tradição, a família, a propriedade e também os dólares guardados na Suíça; Milosevic até que era gente-boa; a imprensa está sob o domínio da KGB; o jeito certo de tomar sorvete de casquinha é batendo-o na testa”
Patricinhas
“Apresenta a tendência de somente se aproximar de homens igualmente bem-dotados financeiramente; em casos específicos, tende a se aproximar de homens somente bem-dotados; programada para estabelecer juízos de valor proporcionais muito mais aos “valores financeiros” do que ao “juízo racional”; normalmente cheirosinha, depilada e santinha somente na frente dos pais”
Playboys
Já estudados em outra oportunidade.
Devotos de “Dave Mattews Band” e “Funk Como Le Gusta”
“Gostam de coisas alternativas, normalmente surgidas em algum bairro descolado (SP: Vila Madalena; RJ: Santa Teresa); defendem a ecologia, e outras causas nobres, porque gostam de praticar o bem; votam na esquerda, mas não sabem o que é esquerda ou direita; acham Pink Floyd o máximo, até os dias de hoje; soltavam frases do tipo ‘depois do Caetano, realmente, não veio mais ninguém’, mas agora tendem a ‘odiar Caetano Veloso’; nos restaurantes, fazem pedidos mais ou menos assim: ‘coca-light, nada de carnes e pouco sal na comida, por favor’".
Blogueiros
“O produto possui uma válvula-de-escape que consiste no fato de que todas suas frustrações e/ou pretensões são divulgadas por meio de um ‘blog’; assim, deve-se tolerar arroubos por conta de oscilações de audiência; o vício em postar pode fazer o blogueiro procurar por um cyber-café em plena Patagônia – e ainda reclamar porque o sistema operacional é divergente”
Trekkers e Cavaleiros-Jedi
“Da mesma forma que os produtos denominados ‘Viciados em RPG’ e ‘Colecionadores de Cards’, trata-se de, praticamente, uma nova geração de eunucos; ao contrário do modelo antigo, esses ainda podem se reproduzir, muito embora coloquem esse detalhe em vigésimo plano, ao contrário de todas as espécies vivas. Como não fazem sexo (nenhum deles é filho de outros trekkers ou cavaleiros jedi), a reprodução se dá por um modo inusitado, o ‘aliciamento mental’”
E você, prezado leitor? Que etiqueta você possui? Qual o "alerta da fábrica"?
12/16/2002 11:11:00 da manhã
O VISITANTE NÚMERO NOVE MIL
Como diria Silvio Luiz: "Foi, foi, foi, foi, foi, foi, foi, foi, foi, foiiiiiii eeeeeeeeeeleeeeeeeeeeeeeeeee!!!!"... Marcuréééééééééééliooooooo!!!!! O craque da camisa número 69!!!!!!!!!!!
Para quem não sabe, Marcuréééééééééééliooooooo tem um império (até nome de imperador ele tem) virtual que vista à conquista do mundo.
Seu prêmio seria um almoço ou jantar com a amiga e leitora Camila. Ela, porém, não pôde ser contatada a tempo. Assim, ficará com um prêmio talvez menor... Nossa colaboradora Sharon Stone (na foto abaixo, vestindo meus sapatos e meias, e com meu charuto na boca...):
Abaixo, a prova dos nove mil (da série "trocadilhos idiotas, porém inevitáveis"):
12/16/2002 10:59:00 da manhã
LEITORES EM DESTAQUE: COTTI E DANIEL
Cotti é um leitor gente finíssima, titular do glorioso Cafofo do Cotti. Daniel, intrépido webdesigner, dirige as Corporações Shitdzine.
Na foto abaixo, vemos Cotti em uma de suas tradicionais viagens ao espaço sideral:
Daniel, por sua vez, criou um aplicativo que transforma imagens em texto. Isso mesmo! Você "textualiza" sua imagem. Clique aqui e teste a novidade.
12/16/2002 10:58:00 da manhã
sexta-feira, dezembro 13, 2002
PATALOKA LÊ GRAVATA
A Pataloka, que é leitora deste humilde diário, mandou um gif gracioso. Como a bondade impera por aqui, será publicado, com respectivo link também publicado no lado direito do site. Ou seja: dinheiro, que é bom, naaaaaaada...
12/13/2002 02:53:00 da tarde
VISITANTE NÚMERO NOVE MIL
Já nem mais compensa soltar frases do tipo "o nível da galera está baixo" ou "caraca, como tem bobo no mundo". Parece que a coisa está sedimentada. Então deixa para lá. Quem for o visitante número NOVE MIL (e comprovar, claro) terá uma surpresa.
Quem sabe, desta vez, não tenhamos novidades, não é mesmo?
12/13/2002 02:36:00 da tarde
A favorita de Gravataí Merengue...
12/13/2002 01:19:00 da manhã
MONTE VOCÊ TAMBÉM O SEU BLOG
É isso aí, moçada! Todo mundo tem um blog, porque você não poderia ter o seu? Falta de inteligência? Isso não é problema. Não sabe escrever? Também não é necessário. Você é pouco criativo? Ah! Pára de frescura! Siga à risca os ensinamentos...
Nome
As pessoas criativas conseguem bons nomes em questão de segundos. Obviamente, não é seu caso (pois você lê manuais). Desse modo, temos algumas técnicas para elaboração de “nomes bem-bolados”. Utilize trechos de música, faça trocadilhos com provérbios, traga à baila personagens de seriados, enfim, use as fórmulas.
Abaixo, para facilitar ainda mais sua vida, uma lista de nomes que podem ser usados livremente (se algum já foi adotado, paciência):
- "Diz que Deus Dará"
- "Quem Espera Come Cru"
- "Edícula da NET"
- "Blogarganta"
- "Pseudônimos & Onomatopéias"
Temática
Os blogs, tão metidos, têm até “temática”. Uns são “de humor”, outros são “sérios”, e há até os mais específicos, tipo “de imprensa” ou “de cinema”. Para se ter uma idéia do nível de sofisticação, há “blogs sobre blogs”. E não são poucos.
Há vários temas ainda não abordados, verdadeiros “nichos bloguísticos”, tais como “peças de Bicicleta Brandani”, “taxas e impostos do Iêmen” etc.
Design
Há uma série de designs já desenvolvidos. Não invente moda. Isso porque vai consumir seu tempo, e ninguém dará a melhor bola. De preferência, arrume alguém que entenda da coisa e peça o favor.
Não dá para fazer grandes milagres num blog, porque é tão-somente uma página com colunas e fim de papo. Aliás, quanto mais gracejo, pior; sim, pois fica ruim para ler, e pesado para carregar.
Aumentando a Audiência
Há dois tipos de pessoas que entram num blog: o “visitante” e o “leitor”. Seu blog, portanto, só conseguirá pessoas da primeira categoria (ou você acha que alguém é panaca o suficiente para ler as baboseiras que você escreve? Melhorando a pergunta: há no mundo alguma pessoa mais idiota do que você?)
Mas como aumentar a audiência? Fácil, já falamos sobre isso aqui. Recapitulando:
- use “palavras quentes”, para trazer visitantes pelo google (p.ex.: kelly key pelada, xuxa nua, mari alexandre, britney spears, sandy, mp3, sexo etc);
- comente o blog alheio (de preferência aqueles com muita audiência); isso trará visitantes, pois todos pensarão “quem será esse idiota?”;
- espalhe para uns amigos da “vida real” (ao menos por consideração, vão dar uma olhadinha);
- inclua o endereço do seu blog nos e-mails (pelos mesmos motivos do segundo item, algumas pessoas entrarão);
- mande mensagens para toda sua lista do ICQ (espero que você tenha mais de cinco pessoas na lista)
A Panela
Talvez você não saiba, mas o mundo blogueiro é formado por uma poderosa panela. Na verdade, são várias panelas, mas tal a “teoria dos esquimós”, há pessoas que unem as panelas isoladas num grande caldeirão quase inexpugnável.
Como fazer para entrar? Ou você dá o loló para algum chefão, ou paga boquete para um sub-chefe, ou apenas deposita vários milhões em uma conta na suíça, para custear a revolução mundial que é engendrada por esse grupo.
12/13/2002 01:18:00 da manhã
GRANDES MALDIÇÕES MOBILIÁRIAS: O RACK
Recentemente, DriSpaca meteu o pau no “barzinho” que as pessoas têm em casa. Nada contra, Dri, mas não vejo no dito cujo o maior dos males. Para mim, o grande problema do mobiliário atual é o RACK. Abaixo, um dos cartazes de nossa campanha:
Um dos maiores problemas, aliás, está nesse tipo de divulgação. Quem olha esse “belo móvel”, imagina que o comprador vai equipá-lo com esses aparelhos todos... É claro que não!
E todos sabemos como funciona essa coisa do rack: o camarada acaba de se mudar para a casinha que ganhou do governo (ou herdou do vovô, ou coisa que o valha), e a primeira atitude é passar na Marabrás (afinal, além dos móveis pode-se ganhar CD de Zezé di Camargo e Luciano).
Lá na Marabrás, além do Dormitório Bérgamo e da Cozinha Bartira, alguém empurra-lhe um “belíssimo rack”. E a saga continua, de geração em geração.
Desse modo, faz-se necessária a campanha: ABAIXO O RACK! Com o "RACK" não há "lar-doce-lar"!
Nota Importante: Fiquei sabendo que uma amiga, E LEITORA DESTE DIÁRIO, comprou um rack exatamente hoje... É mole?
12/13/2002 01:14:00 da manhã
quinta-feira, dezembro 12, 2002
12/12/2002 12:51:00 da tarde
FEBRES PASSAGEIRAS DOS ANOS NOVENTA
Talvez isso seja um pouco o que definem como “bairrismo de gerações”. Pode ser. Ocorre que os anos noventa trouxeram um sem-número de modismos por demais efêmeros.
Não que a efemeridade seja algo distante do conceito “moda”, mas a coisa passou de todos os limites nessa década. Isso porque as “modas” eram avassaladoras; só se falava nelas. No minuto seguinte, porém, caíam no mais profundo ostracismo. Querem ver?
Família Dinossauro
Extremamente criativa, e à época também bastante inovadora do ponto de vista técnico, a série causou um imenso rebuliço por aqui. Frases como “não é a mamãe” eram disparadas no meio da rua, sem qualquer constrangimento. O “querida, cheguei!” nunca foi tão celebrado. O ápice se deu com a vendagem monstruosa (desculpem o trocadilho) do “bonequinho do baby sauro”. Depois sumiram.
Tartarugas Ninjas
O sucesso, realmente, não obedece a uma fórmula. Imaginem um desenho animado no qual quatro tartarugas mutantes são treinadas por um rato, igualmente mutantes, sendo que todos falam inglês e ninguém sabe quem ensinou artes marciais para esse rato. Pior: os inimigos também são mutantes. Misteriosamente, as tartarugas movem-se com uma rapidez incrível (o que, perto de falar inglês e lutar kung-fu, convenhamos, é café-pequeno). Fato é que o desenho (que virou jogo do Nintendo e trilogia cinematográfica) se tornou uma verdadeira febre. Até escolas de caratê saíram-se beneficiadas com isso. Depois sumiram.
Steven Seagal
Van Damme, impressionantemente, dura até hoje. Lorenzo Lammas nunca fez grande sucesso. Chuck Norris já vinha de antes. O verdadeiro “símbolo” desse fenômeno de apogeu/queda é, sem dúvida, Steven Seagal. Seus filmes eram saudados como representante da “pancadaria de raiz” (assim como há o “reaggae de raiz”, ou seja, fiel às origens). Sempre vinha um panaca dizer algo como “Steven Seagal é realmente mestre de Aikidô”. A coisa começou a degringolar, fez uns dois filmes bobocas, alguns com cunho ecológico, e depois sumiu.
Vanilla Ice
Surrupiando uma melodia de David Bowie (com parceria do Queen; mas tenho certeza que a participação do grupo na melodia foi pífia), o “rapper branco” fez um sucesso danado. Tido como “bonitão” pelas garotas, e sem dúvida mais palatável para o mercado consumidor racista, o dito cujo explodiu com uma música simplesmente idiota (ou seja, explodiu como todos os demais músicos de sucesso). Foi visto pela última vez, já decadente, fazendo ponta num videoclipe do Offspring (lá, inclusive, fazia papel de panaca – o que gerou especulações do tipo “não precisou interpretar”). Ah! Depois sumiu.
New Kids On The Block
Órfãs de um grupo como o “Menudo”, as moçoilas que apertaram suas primeiras espinhas nos anos noventa tinham os rapagotes do “New Kids On The Block” como seus galãs. Na verdade, esse grupo tem muito mais méritos do que se imagina. Afinal, aproveitaram a “idéia inicial” da turminha de Porto Rico, mas com uma sacada mais inteligente: haveria um “new kid” para cada gosto (o que às vezes ocorria com o Menudo, mas de forma bem menos esquematizada). Todas as boys-bands de hoje bebem da fonte dos New Kids. Que, aliás, sumiram.
Grunge
Cavanhaque (às vezes colorido), cabelo comprido, bermuda xadrez, camiseta preta, blusa na cintura... Lá vinha o tal do “grunge”. Para os mais velhos, dava-se a impressão de ser alguém egresso de uma quadrilha de festa junina. Para a molecada, era um “camarada engajado nas novidades”. A mesma pressa com que as bandas de Seattle nasceram e morreram foi a velocidade com que essa parafernália visual resistiu. Aos poucos os cabelos foram cortados e o visual voldando ao normal. Era um surto adolescente, com começo-meio-e-fim; mas com denominação, o que o tornou bem mais chique – e três décadas mais efêmero que os hippies.
Nota Importante: o fato de uma coisa ser “rápida” não significa que seja, necessariamente, idiota. Ao contrário, muito mais inteligentes os grunges que levaram um ano para cair na real, do que os hippies que estão há trinta sem tomar banho.
Nota Ainda Mais Importante: quem pensa que a expressão "febre passageira" é pleonástica, favor verificar com os médicos que cuidam de doenças como a malária...
12/12/2002 12:50:00 da tarde
FAÇA VOCÊ MESMO SEU “REALITY SHOW”
Assim como no caso dos programas de auditório, é bem fácil fazer um “Reality Show” por meio de fórmulas já consagradas e clássicas.
Como sabemos, não é muito salutar o hábito de inovar na televisão. A população está acostumada a receber coisas repetidas, idéias mastigadas, fórmulas prontas.
Desse modo, basta seguir a receita abaixo....
O Apresentador
Qualquer que seja o “Reality Show”, ele precisa ter um apresentador. Isso se justifica pelo fato de que os partícipes, num dado momento, simplesmente não trarão mais grandes atrativos para a atenção da galera; assim, é preciso que uma pessoa “de fora” traga notícias e, além disso, promova algumas “atividades” entre os integrantes.
A regra geral é aproveitar algum apresentador da emissora. Em casos raros, o dito cujo insere o “Reality Show” em seu programa; no geral, porém, o programa tem formato e horário próprios.
A Temática
Há infinitos “temas” que servirão de mote para seu programa; no entanto, não podemos desprezar a “temática básica” de todos esses programetes: a sanha fofoqueira da audiência.
Tanto faz se o programa seja sobre “fidelidade entre casais” ou “artistas numa casa”. Isso é o de menos. O mais importante é que a atração tenha muito subsídio para alimentar os programas vespertinos.
Os Integrantes
Todos os programas seguem à risca o princípio da “falsa heterogeneidade racial”. Colocam um negro e/ou uma negra, e o resto é aquele mesmo padrão da televisão: pessoas brancas e magras.
Importantíssimo saber incluir personalidades diversas: a safada, a santinha, o sacana, o honestinho, o vilão, o bonzinho e assim por diante. O único problema é que os integrantes já sabem que seu comportamento poderá influir na votação, então todos acabam sendo “pessoas do bem”.
Sistema de Eliminação
Faz-se necessário optar por um sistema “democrático” de eliminação. O ideal é mesclar algum dispositivo de “votação interna” com a “eliminação pelo voto popular”.
Assim, você acaba fazendo os “espalha-rodinhas” saírem da casa, e ainda por cima dá a chance para a galera mandar para o espaço aqueles de quem não gostam.
Obviamente, a eliminação pelo “voto popular” pode ser um tanto antidemocrática, principalmente se for por meio telefônico. De todo modo, você pode manipular essas ligações, de modo a eliminar aqueles que não são bons para a audiência.
Produtos Licenciados
Caso seu programa faça sucesso, há algumas parcerias que podem render dividendos “extra”. Um exemplo são os “produtos licenciados”.
Você pode colocar sua marca em algum CD, ou então, fazendo parceria com algum portal, dividir a publicidade obtida em um site que mantenha seu programa no ar, com alguns serviços correlatos.
Escândalos Forçados
O mais provável, porém, é seu programa não fazer sucesso. Assim, é preciso recorrer a táticas realmente desesperadoras, dentre as quais se destacam os “escândalos forçados”.
O marido de uma integrante invadir o estúdio, podem apostar, é algo que aumentará sua audiência. Um casal que transa de verdade, e ainda por cima sem camisinha, também fará com que seu programa atraia mais telespectadores.
Aprenda a capitalizar com esse tipo de coisa, inclusive instruindo a direção do programa a “repreender” os integrantes que tenham-se metido nessas encrencas – só para fazer a linha do “queremos-um-programa-de-alto-nível”.
Patrocínio e Merchandising
Não faltarão idiotas querendo anunciar no seu programa. Tal qual uma telenovela, seu reality show pode, de uma hora para outra, exibir rótulos e marcas, tudo sistematicamente calculado (e devidamente pago).
Um veículo como o “Fiat Dobló”, por exemplo, torna-se palatável ao consumidor quando veiculado em um “Reality Show”.
E então, moçada? Alguém tá a fim de montar um “Reality Show”? Qual vocês montariam?
12/12/2002 12:49:00 da tarde
terça-feira, dezembro 10, 2002
12/10/2002 11:39:00 da tarde
GRANDES TÉCNICAS DA POBREZA
Disse um filósofo grego de Ubatuba, Seu Panaiotes, que “a pobreza arranja técnica”. É a pura verdade: os pobres têm que se virar, e com o pouco que possuem, acabam desenvolvendo técnicas avançadíssimas para fazer coisas que dependeriam de certo empenho financeiro.
Desse modo, há toda uma “sabedoria popular de bricolagem científica” que merece ser divulgada. A seguir, algumas coisinhas...
Bombril na Antena
Dizem que a eficácia é nula, mas todo pobre já fez isso: manda bala no bombril para “melhorar a imagem”. Segundo informações, isso é explicado porque o bombril torna a antena “mais pesada”, colocando-a em uma posição de melhor sintonia. Ou seja: em vez de palha de aço, daria no mesmo colocar um pedaço de pano.
Pilha na Geladeira
É claro que é furada; mesmo assim, muita gente insiste em colocar a “pilha fraca” na geladeira. Quando os “burros quase-esclarecidos” são argüidos a respeito dessa técnica, respondem coisas do tipo: “ah, não é para fazer isso depois que a pilha acabou, porque aí já era; tem que ser quando está fraca... o frio da geladeira recupera um pouco da carga...”. É mesmo? Então as pilhas duram cinco vezes mais na Sibéria do que no Egito.
Pepino no Rosto
Já vi gente “séria” dizendo que a gambiarra realmente faz efeito. Isso porque algum “princípio ativo” do pepino teria as mesmas propriedades que um creminho meia boca. De todo modo, a cena é tipicamente suburbana: a mulher com rodelas de pepino no rosto, preparando-se para brilhar na gafieira...
Colher na Garrafa de Refrigerante
Hoje em dia, a técnica além de arcaica é anacrônica; isso porque as antigas “garrafas de vidro” não mais estão em circulação, dando vez para embalagens “pet” – até mesmo a tubaína ou a gloriosa “baré cola” não pode mais ser encontrata, salvo depois de minuciosa procura. Tal técnica, porém, consistia em colocar uma colher no bico da garrafa aberta, evitando que “o gás saísse”. É a famigerada “ionização do proletariado”.
Passar o Cabelo a Ferro
A popular “chapinha” dá vez para versões muito menos louváveis. Uma delas é simplesmente passar o cabelo a ferro. Coloca-se uma toalha sobre o cabelão e manda brasa na “chapinha caseira”.
Garrafa de Água no Relógio de Luz
Não me perguntem se isso dá certo (nem toda gambiarra obedece às leis da ciência), mas muita gente coloca garrafas de água sobre o relógio de luz, para que a medição deste seja feita de forma “menos rigorosa”: o peso da garrafa tornaria o relógio mais lento, dizem os adeptos. Pelo sim, pelo não, a moçada resolveu acender uma velinha para o capeta na época do apagão... Muita gente aderiu à técnica, afinal “piorar não vai”...
Pasta de Dente das Espinhas
Nem todo mundo possui condições financeiras para comprar cremes caríssimos. Corre à boca pequena da sabedoria popular que os cremes dentais têm a propriedade de “secar espinhas”. É um vexame comparável ao das rodelas de pepino, mas não custa nada fazer esse tratamento baratíssimo, não é mesmo?
Gargarejo com Vinagre
Da mesma forma que nem todos conseguem comprar cremes caros, poucos são os que vão atrás de bons produtos para a higiene bucal. O vinagre, dizem, serve para “limpar a garganta”. E o bafo? Ninguém pensa no “fator bafo”? Para ter o bafo do vinagre, melhor continuar com a garganta inflamada.
Limão Com Maisena
A mistura em epígrafe serve, segundo relatos, para “clarear a suvaqueira”. Isso mesmo! É só preparar a gororoba e tacar debaixo do braço. A vantagem é que as adeptas já são meio azedas, então nem vai mudar muita coisa. De todo modo, parece um tantinho mais razoável simplesmente depilar, não?
A Multa Já Lavrada
Essa técnica foi comentada anteriormente, nos primórdios deste diário, como uma das “Coisas da Classe Média”. É sério, moçada, já vi um camarada fazer isso. O “golpe” é o seguinte: você pára num local proibido e tira uma multa do porta-luva, colocando-a no pára-brisa. Com isso (acredita o golpista), a mulher que multa não vai fazer nada, porque “você já foi multado”. Não sei se dá certo, porque não tive a paciência de acompanhar o golpe até o final. Mas tem gente aplicando essa...
Além de tudo isso, é claro, temos um sem-número de traquitanas caseiras, para os mais diversos fins: clarear cabelos, curar dor-de-estômago, abrir o apetite, cortar o apetite, eliminar a ejaculação precoce, erguer o bilau, aumentar o fogo da moça, diminuir o furor uterino, abrir o intestino, fechar o intestino, aumentar o sono, diminuir a canseira etc etc etc.
E vocês? Alguém conhece técnicas desse tipo?
12/10/2002 11:38:00 da tarde
ÍDOLOS DE GRAVATAÍ MERENGUE – AS “MASTIGUINHAS”
Isso mesmo! Não adianta apenas reverenciar pessoas; hoje em dia, nossa idolatria se dirige também a algumas coisas. Aliás, quando elegemos “ídolos”, é natural que a pessoa passe a se tornar uma “coisa” (mas vamos deixar para lá as delongas filosóficas).
Como bem lembrou a NatyGirl, as Mastiguinhas fizeram parte da infância de muita gente. Nos EUA, até hoje, vendem muito – ao ponto de Christina Aguillera exigir que haja o tal suprimento em seu camarim.
As “mastiguinhas” têm um sabor muito bom, tanto que a molecada invariavelmente pede para comer mais do que uma por dia; a exemplo do Yakult ou do Tafman-E, só podíamos tomar uma. Abaixo, vejam como é uma mastiguinha:
A linha de vitaminas dos Flintstones é repleta de variações. Além da “tradicional”, há uma série de suplementos. Vejam só a variedade:
Sinceramente, não sei se essas vitaminas fazem tão bem assim. De todo modo, elas entram para o rol de “ídolos” por razões não diretamente ligadas a seu desempenho como suplemento alimentar.
12/10/2002 11:36:00 da tarde
segunda-feira, dezembro 09, 2002
12/09/2002 11:19:00 da tarde
SUGESTÕES DE PROGRAMAS PARA A MTV
De uns tempos para cá, o leitor deve ter notado, a MTV praticamente tornou dispensável o “M” de sua sigla. É uma emissora como outra qualquer, com a característica de ser “predominantemente voltada para o público jovem”.
Assim, surgem programas os mais diversos; alguns fazem sucesso, outros são esquecidos, mas em comum têm apenas uma coisa: são bizarros demais para qualquer outra emissora.
Atento ao fenômeno, Gravataí Merengue apresenta suas sugestões adequadas ao "Padrão MTV de qualidade":
“Bateu Com as Dez MTV”
Baseado no glorioso “Procotó”, site que faz parte das Corporações Internacionais Leite de Pato, este programa traria alguma finada personalidade a ser reverenciada. Como sabemos, há milhares de músicos que já foram desta para melhor. Assim, o programa teria pauta para uns cinco anos.
Uma alternativa para animar ainda mais a atração seria a presença de médiuns e toda sorte de “sensitivos” para falar a respeito da situação da celebridade no além.
“Jabá MTV”
Uma forma da emissora mostrar as baboseiras que as gravadoras inventam (como L.S.Jack), sem precisar pagar mico de fazer um VJ dizer que “é o novo som do momento”. Além de “pegar bem para a emissora”, e trazer também publicidade aos artistas fabricados, esse programa também geraria uma receita-extra, porque o “Jabá”, convenhamos, não deve se limitar ao nome.
“Melhores Clipes MTV”
Do jeito que a coisa vai, simplesmente TODOS os videoclipes serão objeto do programa “Piores Clipes”. Assim, aquela minoria de clipes bons seria apresentada num programa curtíssimo. Para não esgotar o estoque de bons clipes, a sugestão é de que o “Melhores Clipes MTV” seja uma atração semestral, durando apenas cinco minutos.
“Malha o Judas MTV”
Vários artistas e muitas bandas fazem algumas cagadas que passam impunes. Pois agora isso acabou! Neste novo programa, telespectadores seriam selecionados (como no “show do milhão”) para descer o porrete (literalmente) naqueles que pisam no tomate.
Durante a semana, a emissora faz uma votação para saber qual a banda ou artista que merece levar na cabeça. Os vencedores são apanhados de surpresa, amarrados, e levarão pauladas dos telespectadores sorteados.
“Fã-Panaca MTV”
Uma vez por semana, algum fã-panaca seria ridicularizado por telespectadores e uma espécie de “colegiado de VJs engraçadinhos”. Num dia iria o “fã-de-MPB”, no outro o “fã-de-Heavy Metal Melódico”, e assim por diante. A pessoa ficaria numa cabine, sem poder reagir nem falar nada, só ouvindo insultos, xingamentos, além de ver pessoas quebrando CDs da banda que adora e também fazendo xixi, cocô e vomitando em fotos e pôsteres de seus ídolos. Acreditem, ou o camarada se regenera, ou se torna um psicopata.
“Ex-VJ na Merda MTV”
O que não falta é material para este novo programa: a MTV faria uma pequena biografia da situação periclitante em que vivem os VJs que ela manda embora – e também aqueles que se arriscam em outra emissora para “tentar a sorte”.
Episódios mais aguardados:
“O Que Tenho Além de Uma Tatoo Cigante Nas Costas? – Tatiana Mancini”
“Até Black Power Já Usei – Rodrigo”
“Já Fui-e-Voltei Mais do Que Piroca de Ator Pornô – Thunderbird”
“Já Fui da MTV! – Otaviano Costa”
“Eu Me Dei Bem! – Maria Paula”
“Do Programa da Sandy Para o Estrelato; e Agora De Volta à Merda – Marcos Mion”
12/09/2002 11:19:00 da tarde
COISAS CHATAS DO NATAL
As grandes efemérides, em geral, inundam a cidade com uma parafernália “típica”. Na páscoa, temos ovinhos pra lá e para cá; no carnaval, há serpentinas a torto e a direito; no natal, é claro, a moçada manda as brasas específicas.
Mas, a grande maioria dessas coisas são simplesmente inaceitáveis, de tão chatas. Abaixo, algumas...
Luzinhas Pela Cidade
Não sei porque cargas d’água alguém resolveu associar o período natalino a "uma porção de luzes coloridas". Uma analogia com a “estrela guia”? Uma referência ao fato de Maria ter "dado à luz" o menino Jesus? Fato é que todos resolvem colocar luzinhas nas janelas, árvores, arbustos, gramados, fachadas, enfim, a cidade se transforma num grotesco letreiro de puteiro decadente.
Espírito “Comercial” Natalino
Dos gibis da “Turma da Mônica” à seção de horóscopo dos periódicos; dos programas vespertinos aos sermões nas mais variadas paróquias, todos evocam um suposto “espírito natalino”. Uma grande bobagem. Trata-se de uma grande maquinação (muito bem bolada) comercial, para que gastemos bem mais. Porteiros, entregadores, engraxates, manobristas, e toda a horda que nos trata mal o ano inteiro, fazem carinha de “cachorro pidão” explorando nossa idiotice por conta do "espírito natalino".
Confraternização Geral
As pessoas tendem a ser mais complacentes nesse período (exceção óbvia de alguns chefes que não se deixam contagiar). A falsidade, portanto, é coletiva. Você abraçará quem odeia, e receberá abraços de gente que quer te ver longe. Mas o tal do “espírito natalino” realmente opera milagres.
Amigo Secreto
A principal bronca do amigo secreto nem é tanto pela falsidade. O problema é que se uma pessoa tem um mínimo de sociabilidade, ela é convidada a participar de uns 30. Galera do emprego, pessoal da faculdade, moçada da rua, turma da família, e por aí vai. Qual a grande regra? Comprar CD. Virou moda, agora, fazer “amigo secreto de CD”. Então o malandro aproveita para pedir um puta CD caro, enquanto os trouxas pedem CDs baratinhos, desses que estão em liquidação.
Musiquinhas
Uma das coisas mais lastimáveis do Natal são, sem dúvida, as musiquinhas. Não bastassem as melodias odiosas de “Gingle Bells”, “Noite Feliz” e afins, ainda temos que ouvi-las nas mais variadas versões. As propagandas na TV, também, trazem como música de fundo essas bobagens. E quando achamos que estamos livres, aparece algum músico “famoso” com uma canção natalina que dá ânsia de vômito.
O Papai Noel
Essa figura é das mais exóticas de todo o folclore mundial. Não sei se todos sabem, mas a Igreja Católica não reconhece o “Papai Noel”; para efeitos oficiais, trata-se de um símbolo pagão, bem como o Exu Caveira. Além disso, por que “papai”? Ele tem pinta de bisavô. E quem é a mamãe? Aquelas gostosinhas que os shoppings destacam para acompanhar o papai noel na difícil empreitada de agüentar os moleques? Para completar, reza a lenda que a Coca-Cola é dona dos direitos de imagem do dito cujo (sabe-se que a empresa desenvolveu e divulgou o visual vigente, bem como as cores e as roupas).
Questão Climática
Para muitos isso é uma obviedade, mas o mundo “comercial/publicitário”, em geral, talvez não saiba deste fato: o Brasil é um país tropical do hemisfério sul. Isso mesmo! Aqui, nesta época do ano, faz um calor infernal. Assim, vamos recapitular algumas coisas importantes:
- Aqui não neva;
- Não há renas no Brasil;
- Roupas de Lã não caem bem em dezembro;
- Botas de couro, idem;
- Raríssimas casas têm chaminé, por razões óbvias;
- Apartamentos, definitivamente, não têm chaminé (salvo exceções, mas mesmo assim eles têm uma espécie de coifa, e não a "chaminé com tijolinho");
- E, mais importante, NÃO HÁ CHAMINÉ RESIDENCIAL NA QUAL CAIBA UM VELHO GORDO.
12/09/2002 11:17:00 da tarde
12/09/2002 12:40:00 da manhã
FIGURAS SINTÁTICAS DE UM DISCURSO CONVINCENTE
Depois das palavras divulgadas por este Diário, a fim de tornar o leitor mais serelepe em seus discursos, chegou a hora de mostrar mais um passo na traquitana: a sintaxe.
A sintaxe, digamos, é a forma pela qual você divulga suas idéias. A estrutura de seu texto. Basicamente, trata-se dos recursos “procedimentais” (acostume-se com palavras assim) empregados num texto.
As dicas a seguir, em termos rigorosos, nem mesmo são puramente sintáticas; trata-se, mais, de expressões bacaninhas para deixar sua fala mais apurada para os desafios do dia-a-dia. Esqueçam essa coisa de “regra gramatical”. O academicismo é chato e broxante. Chegou a hora de utilizar técnicas de eficácia comprovada. Vamos lá:
"Vou Considerar Poder Estar Tentando Falar...”
Ignore essas pessoas que insistem em impor regrinhas gramaticais inexistentes. O chamado “gerundismo” não contém erros sintáticos. O negócio é mandar brasa nessas construções. Você vai estar podendo criar algumas frases realmente bacanas, tornando seu discurso coisa “de gente grande”.
“A Nível De...”
Mais uma vez, deixe para lá o “cais-cais-cais” academicista. Ok, não se usa a preposição “a” neste caso. Mesmo assim, o que importa é impressionar a platéia; e a platéia, sejamos francos, é feita por gente tão ou mais idiota que você. Deite e role com seus “a nível de”.
“Via de Regra...”
Tecnicamente, essa expressão é empregada para ilustrar situações que seguem um determinado padrão, mas não necessariamente obedecem a uma Lei ou regra expressa. No seu caso, use-a para tudo, até para pedir creme de milho no dogão da esquina. Não se esqueça, porém, de acrescentar a preposição “em”, para ficar ainda mais “chapada” a sua expressão que já era batuta.
“O meu Falar.... O seu Ouvir”
Essas “verbalizações” são realmente da pesada! Não perca a chance de empregá-las! Há várias maneiras de se utilizar esse recurso quase poético de nossa língua. Vejam o exemplo a seguir: em vez de dizer “gosto de sua comida” você manda um “gosto do seu cozinhar”. Que tal? Pois é...
“Grosso Modo”
Assim como no caso anterior, você utiliza a preposição “em” para abrilhantar a sua fala; afinal, quanto mais firula, mais sucesso. O “grosso modo” é utilizado para exemplos que não suportam uma explicação técnica demorada. Em apenas cinco anos, por exemplo, você não conseguiria explicar a “Lei do Impedimento” para uma garota. Basta dizer um “Grosso modo, é o seguinte: não pode estar adiante do último homem (tirando o goleiro) no momento em que recebe o passe”.
“Whatever... Anyway...”
Isso foi falado nos comentários daquele outro texto, mas não custa relembrar: é fundamental colocar expressões em inglês em seu discurso. Mais importante do que saber o significado e/ou se é cabível o emprego expressão, trate de aprender como se pronuncia essas palavras, para retirar seu sotaque, dando a entender que seu discurso é “incrementado” pra valer.
Além dessas expressões, utilize sempre vários ditados e expressões populares, bem como brincadeiras consagradas. Isso torna seu discurso muito mais rico e culto, além de fazer de você uma pessoa agradável e muito invejada entre os demais!
12/09/2002 12:37:00 da manhã
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